"A ANICP [Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe] rejeita veementemente as alegações do Sintab de que as empresas conserveiras estejam a realizar ataques à contratação coletiva ou a efetuar despedimentos sob falsos pretextos", garantiu em resposta à Lusa.
A associação sublinhou que não "houve, há ou haverá" pressão sobre os trabalhadores do setor e que o Contrato Coletivo de Trabalho está em fase de negociação.
Sobre este processo negocial, a associação disse ainda que as conserveiras têm "participado ativamente" com propostas.
Por outro lado, destacou o "elevado sentido de responsabilidade" dos trabalhadores, "especialmente num momento económico tão difícil".
A ANICP referiu ainda ter desconhecimento de alegados despedimentos sob falsos pretextos, outra das acusações do sindicato, ressalvando que todas as decisões são tomadas com base em critérios legais.
Desta forma, a associação mostrou-se surpresa com as declarações do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab), reiterando o seu compromisso em promover um ambiente de trabalho justo, "no qual as necessidades e os direitos de todos os envolvidos sejam respeitados e atendidos".
O Sintab acusou hoje as conserveiras de querer trocar direitos "por cêntimos" e vai auscultar o setor, de Norte a Sul, para decidir as formas de luta a adotar.
"Vamos avançar com uma iniciativa junto dos trabalhadores do setor de todas as empresas do país, para obter esclarecimentos e 'feedback' quanto aos procedimentos a seguir", adiantou a dirigente do Sintab Mariana Rocha, em declarações à Lusa.
O Sintab divulgou também um comunicado no qual acusa os patrões da indústria conserveira de promover iniciativas de ataque à contratação coletiva e despedimentos sob falsas justificações de crise.
Mariana Rocha disse à Lusa que a associação representativa do setor exige que os trabalhadores "abdiquem do seu horário" por aumentos salariais.
"Para nós é fundamental manter os direitos dos trabalhadores e não trocá-los por cêntimos", sublinhou.
No comunicado, a estrutura sindical denunciou ainda a venda do património nacional produtivo das conservas de peixe a investidores estrangeiros, o recurso à subcontratação "sem motivos que o validem", a política de salário mínimo e a precarização de vínculos laborais.
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