Medina vai "expor resultados da economia" (e confia em PIB de 1,5%)

Os ministros das Finanças da UE discutem hoje e sábado a competitividade do bloco comunitário, numa altura em que Mario Draghi, que estará na reunião, prepara um relatório.

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Notícias ao Minuto com Lusa
23/02/2024 08:00 ‧ 23/02/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia

Medina

O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse esta sexta-feira que um dos pontos do encontro entre os ministros das Finanças da União Europeia (UE) contará com a presença de Christine Lagarde, sendo que o governante português aproveitará a ocasião para expor os resultados da economia nacional. 

"Terei oportunidade de expor os resultados da economia portuguesa em 2023. Fomos uma das economias que mais cresceu em toda a UE", disse Fernando Medina, em declarações aos jornalistas, à entrada do encontro. 

O ainda ministro das Finanças diz que Portugal foi "uma economia que esteve em contraciclo com várias economias europeias". 

Fernando Medina acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) ainda pode crescer 1,5% este ano, sendo este um "número atingível", apesar das previsões mais pessimistas da Comissão Europeia.

"É muito cedo no ano para fazer alguma alteração relativamente à previsão do Governo sobre essa matéria. Creio que os dados que temos e que tivemos do último trimestre, aliás, pelo efeito que têm de arrastamento para o ano de 2024, reforçam a convocação de que o número de 1,5% é um número atingível no ano de 2024", indicou Fernando Medina, falando à imprensa portuguesa na cidade belga de Gante.

Nas declarações à chegada à reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro e da União Europeia, o governante foi também questionado sobre a subida do desemprego em Portugal, pelo sétimo mês consecutivo, indicando que, apesar de tal acréscimo, também houve "aumento do emprego".

"Qualquer aumento do desemprego é, obviamente, uma notícia que preocupa e que não é do agrado de nenhum ministro das Finanças. Agora temos que perceber a situação que nós estamos a viver, uma situação muito excecional [...] na qual a capacidade de criação de empregos muitas vezes não segue exatamente o mesmo ritmo da chegada das pessoas ao mercado de trabalho e por isso é que nós estamos a ter este paradoxo é que o emprego também está a aumentar", elencou Fernando Medina.

E salientou: "Preocupa-me a situação do desemprego, [mas] preocupar-me ia mais se a economia estivesse um ponto de destruição de empregos face àquele que temos e não a crescer empregos".

Os ministros das Finanças da UE discutem hoje e sábado a competitividade do bloco comunitário face a potências como Estados Unidos ou China, numa altura em que Mario Draghi, que estará na reunião, prepara um relatório.

Com a Bélgica a assumir a presidência rotativa da UE, a competitividade em termos mundiais e no mercado interno foi colocada como prioridade pelos belgas, pelo que o tema estará na agenda da reunião informal dos ministros europeus das Finanças, que decorre em Gante, visando então que o espaço comunitário consiga ultrapassar os desafios críticos atuais relacionados com o fraco crescimento nomeadamente após os efeitos da guerra da Ucrânia e assegurar um futuro socioeconómico face a potências como Estados Unidos ou China.

Mario Draghi também estará presente

A discussão - na qual Portugal estará representado pelo ministro português das Finanças - antecede o relatório que o ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, está a preparar sobre a competitividade europeia, que deverá ser apresentado no verão.

Por essa razão, "no sábado, a discussão será com a 'superestrela' Draghi", referiu um funcionário europeu na antevisão do encontro, referindo que, na ocasião, o responsável italiano vai "pedir opiniões aos Estados-membros sobre o que deve constar no relatório em termos de prioridades", nomeadamente quanto a investimentos em transições digitais e 'verdes' e como os financiar.

Mario Draghi vai, na ocasião, dar conta dos passos já dados relativamente a esse relatório, de acordo com outra fonte comunitária.

No seu discurso sobre o Estado da União, em setembro passado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um relatório sobre a competitividade europeia e falou num contexto "desafiante" para a indústria na UE.

Na altura, a responsável elencou "três grandes desafios económicos para a indústria" em 2024, entre os quais a "escassez de mão-de-obra e de competências, a inflação" e a necessidade de "facilitar a atividade das empresas", numa altura de contido crescimento económico.

Por essa razão, Von der Leyen pediu ao ex-presidente do BCE, Mario Draghi, "uma das maiores mentes económicas da Europa, que preparasse um relatório sobre o futuro da competitividade europeia".

Já na reunião de hoje, e nomeadamente à tarde, os ministros das Finanças da UE vão discutir o futuro do Banco Europeu de Investimento (BEI), quando se espera que o banco da União possa apoiar investimentos não só na área climática, mas futuramente em defesa dado o contexto geopolítico e a necessidade de autonomia estratégica.

A nova presidente do BEI, Nadia Calviño, estará presente na ocasião e, em junho, irá apresentar no Conselho de Governadores do banco, no Luxemburgo, a sua visão sobre o futuro da instituição, referiu à Lusa uma fonte da presidência belga.

Ainda hoje, os responsáveis europeus pela tutela discutem a literacia financeira global dos cidadãos da UE e como melhorar a participação dos pequenos investidores nos mercados financeiros, quando se estima que os portugueses sejam os segundos com piores conhecimentos na matéria, segundo um estudo hoje divulgado.

Antes, durante a manhã, a reunião informal do Eurogrupo é centrada no aprofundamento do mercado de capitais e num debate sobre a situação económica na zona euro.

[Notícia atualizada às 08h56]

Leia Também: Ministros das Finanças da UE discutem competitividade com ajuda de Draghi

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