Mais pressões inflacionistas obrigariam a "resposta mais forte"

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse hoje que, se os governos do euro não retirarem os apoios para a crise energética, haverá um aumento das pressões inflacionistas, que exigirá "uma resposta mais forte da política monetária".

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Lusa
05/06/2023 15:02 ‧ 05/06/2023 por Lusa

Economia

BCE

medida que a crise energética se desvanece, os governos devem reverter as medidas de apoio relacionadas de forma rápida e concertada para evitar o aumento das pressões inflacionistas a médio prazo, o que exigiria uma resposta mais forte da política monetária", declarou Christine Lagarde.

Falando numa audição na comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, a líder do BCE saudou também a "recomendação da Comissão Europeia aos Estados-membros no sentido de reduzirem em 2023 as medidas orçamentais adotadas em resposta ao choque dos preços da energia".

No caso de Portugal, por exemplo, a Comissão Europeia instou o país a pôr fim às medidas de apoio às famílias e empresas devido à crise energética e a usar a 'folga' para reduzir o défice, solicitando ainda que o país acelere a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência.

Nas previsões económicas de primavera da Comissão Europeia, divulgadas em meados de maio, a instituição indicou que o custo orçamental líquido das medidas de apoio à energia equivalem a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, em comparação com 2,0% em 2022, mas não faz uma estimativa para 2024, assumindo o fim de tais ajudas.

"Encorajarmos as autoridades orçamentais a reverem alguns dos pacotes de apoio à energia que foram criados na altura em que o custo da energia era extremamente elevado", exortou a responsável, lamentando que só 10 a 15% dos apoios adotados pelos países da zona euro tenham sido direcionados e temporários.

"Para os restantes, temos de os retirar e de o fazer já", vincou.

Falando perante os eurodeputados daquela comissão parlamentar, Christine Lagarde apontou que "os indicadores das pressões inflacionistas subjacentes permanecem elevados [na zona euro] e, embora alguns estejam a dar sinais de moderação, não há provas claras de que a inflação subjacente tenha atingido um pico", lembrando as pressões sobre os preços e os aumentos salariais.

"Estamos plenamente empenhados na luta contra a inflação e determinados a conseguir o seu regresso atempado ao nosso objetivo de médio prazo de 2%. Este compromisso com a estabilidade dos preços contribui para o crescimento económico e o emprego a médio prazo e, por conseguinte, para a redução das desigualdades", elencou.

Fazendo um balanço sobre as medidas de política monetária até agora adotadas, Christine Lagarde adiantou que os efeitos das subidas de taxa de juro estão "a começar a concretizar-se" para redução da inflação, embora reconheça os impactos nas "condições de financiamento das empresas e das famílias, como se pode observar no aumento das taxas ativas e na queda dos volumes de empréstimos".

"As nossas decisões futuras assegurarão que as taxas de política monetária serão colocadas em níveis suficientemente restritivos para permitir um regresso atempado da inflação ao nosso objetivo de médio prazo de 2% e serão mantidas nesses níveis enquanto for necessário", reiterou a responsável.

[Notícia atualizada às 15h21]

Leia Também: Política do BCE é a correta mas podia ser tomada "de forma mais gradual"

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