"Sábios" consideram inflação como grande risco para a economia alemã

O Conselho Consultivo de Economistas do Governo alemão, denominado "cinco sábios", vê a inflação como o grande risco para a economia alemã, apesar de as perspetivas de crescimento terem melhorado graças à estabilização do fornecimento de energia.

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Lusa
22/03/2023 10:52 ‧ 22/03/2023 por Lusa

Economia

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Os "sábios" esperam que a Alemanha cresça 0,2% este ano e 1,3% em 2024, mas advertem que uma inflação elevada significa uma perda de poder de compra e um enfraquecimento da procura como motor da economia.

Para este ano, os "sábios" esperam uma taxa de inflação de 6,6%, enquanto para 2024 preveem uma taxa média de 3%.

"As perspetivas a curto prazo melhoraram em comparação com o outono de 2022, mas continuam tensas. A inflação elevada continua a ser um grande entrave à conjuntura", dizem os sábios no seu relatório.

Embora o relatório considere que a inflação possa ter ultrapassado o seu pico, permanece elevada e só irá descer lentamente.

A presidente rotativa do Conselho, Monika Schnitzer, salientou que o enfraquecimento da procura piora com o agravamento das condições de crédito devido à subida das taxas de juro, bem com a lenta recuperação da procura externa.

Como a inflação na zona euro ainda está claramente acima do objetivo de 2% do BCE, poderão ocorrer novos aumentos das taxas de juro no final do ano, observa o relatório.

Por outro lado, a incerteza nos mercados financeiros torna difícil para os bancos centrais combater a inflação.

Apesar da situação económica tensa, o mercado de trabalho na Alemanha permanece estável. Os sábios esperam um ligeiro aumento do emprego até 2024 e aumentos salariais de 5,9% em 2023 e 4,5% em 2024.

"Até 2023, o aumento salarial será inferior à inflação. Só se pode contar com um aumento dos salários reais em 2024. Isto é suscetível de aumentar o consumo privado", disse o perito do mercado de trabalho do Conselho, Achim Truger.

As perspetivas para as finanças públicas, de acordo com o relatório, melhoraram porque as despesas com medidas para compensar o aumento da energia serão inferiores ao orçamentado.

O défice, de acordo com os Sábios, será de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e 0,4% do PIB no próximo ano.

A dívida diminuirá de 67,4% do PIB para 63,5% do PIB no próximo ano.

Os Sábios advertem também que a crise energética não terminou e alertam para o perigo de que no próximo inverno possa haver um aumento dos preços ou mesmo uma escassez.

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