A líder da Sonae, Cláudia Azevedo, disse esta quinta-feira, na mensagem que companha a apresentação de resultados do grupo, que a empresa suportou parte da pressão inflacionista à custa da sua própria rentabilidade.
"Para evitar uma maior sobrecarga nos orçamentos familiares, os nossos negócios de retalho suportaram parte da pressão inflacionista, à custa da sua própria rentabilidade", disse Claudia Azevedo.
A Sonae divulgou, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que registou um lucro líquido de 342 milhões de euros em 2022, face aos 267 milhões de euros registados em 2021, o que significa um aumento de 27,7%.
Contudo, o resultado líquido recorrente - que exclui itens extraordinários - atribuível aos acionistas diminuiu quase 17% para 179 milhões de euros. A Sonae justificou esta descida com o "esforço em estar ao lado das famílias absorvendo parte da inflação".
"O elevado nível de inflação, juntamente com as crescentes taxas de juro colocaram sob pressão o rendimento disponível das famílias e, consequentemente, alteraram os seus padrões de consumo. Na Sonae, rapidamente percebemos os impactos potenciais nas nossas comunidades e agimos em conformidade para os mitigar", explica a líder da Sonae.
E acrescenta: "Durante o ano, a inflação aumentou para níveis que o mundo não havia presenciado neste século, sobretudo devido aos aumentos acentuados nos custos de energia e às perturbações nas cadeias de abastecimento que afetaram toda a economia".
Na semana passada, recorde-se, no seguimento das polémicas em torno das margens de lucro dos grupos de supermercados, a CEO da Sonae escreveu uma carta aos funcionários da dona do Continente a alertar para uma "campanha de desinformação" em torno deste tema, garantindo: "Fazemos o que está certo".
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