"Esta medida decorre essencialmente da consolidação das perspetivas de inflação em um dígito no médio prazo, refletindo em parte a tendência favorável dos preços internacionais de bens e serviços, não obstante a manutenção a nível doméstico de elevados riscos e incertezas associados às projeções", disse o governador, em conferência de imprensa, em Maputo, no final da reunião do CPMO.
Questionado pelos jornalistas sobre a perspetiva de evolução da taxa até final do ano, e de atingir ainda este ano um dígito, Zandamela disse que este novo corte "está dentro da estratégia" definida pelo banco central: "A única coisa que podemos dizer neste momento é que estamos em linha com trajetória definida, 24 a 36 meses, pode acontecer antes, pode não acontecer. Se acontecer é uma boa notícia".
A taxa de juro diretora esteve fixada em 17,25% desde setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%.
Em 27 de março do ano passado cortou para 15,75%, em 27 de maio para 15%, em 31 de julho para 14,25%, em 30 de setembro para 13,5%, em 27 de novembro para 12,75%, em 27 de janeiro deste ano para 12,25% e em 26 de março para 11,75%, seguindo-se agora novo corte.
"O CPMO continuará com o processo de normalização da taxa mínimo no médio prazo. O ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspetivas de inflação, bem como da avaliação de riscos e incertezas subjacentes às projeções de médio prazo", disse hoje Zandamela.
A próxima reunião do CPMO está agendada para 30 de julho.
Acrescentou que esta sessão do CPMO foi precedida da reunião do Comité de Estabilidade e Inclusão Financeira do Banco de Moçambique, "que fez uma avaliação do risco sistémico e das principais vulnerabilidades", que concluiu "que o sistema financeiro nacional continua estável, resiliente e, em geral, saudável".
O governador do banco central disse ainda que, após a avaliação feita nesta reunião, as perspetivas da inflação "mantêm-se em um dígito no médio prazo" e que o "setor bancário mantém-se sólido, capitalizado e resiliente".
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