A recente alteração acionista da Inapa, consumada em abril, poderá obrigar a CGD e a Parpública a avançarem para uma oferta pública de aquisição dos 57% que atualmente não controlam da empresa de distribuição de papel, revela o Jornal de Negócios.
Segundo as regras da CMVM, quando um investidor tem uma participação global superior a 33,3% – ou seja, um terço do total – é forçada a oferecer-se para adquirir os títulos dos restantes acionistas. Em abril, uma alteração na Inapa levou à atribuição de voto este ano a ações preferenciais que haviam sido adquiridas em 2011.
Após a conversão destas ações, a CGD passou a deter 33.02% da empresa aos quais acrescem ainda os 10,88% e participação da Parpública. O que na prática significa que com estas alterações o Estado detém agora mais de 40% da distribuidora de papel liderada por José Félix Morgado.
Esta possibilidade de o Estado poder vir a ser obrigado a avançar para uma oferta pública de aquisição (OPA), conforme aponta o código de valores mobiliários, não foi comentada pelo regulador nem pelos intervenientes, adiantou ainda o Jornal de Negócios. É, no entanto, possível que esteja já a avançar um plano de venda que permite descer da barreira dos 33,3%, evitando assim a OPA.