Juan Manuel Santos falava em Lisboa, na abertura de um encontro de empresários da Colômbia e de Portugal, sessão em que também participou o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.
O Presidente da Colômbia destacou que Portugal tem "uma experiência muito importante" neste sector e que a crise não lhe permite utilizar a "capacidade instalada", de que a Colômbia precisa numa fase em que está a pôr em marcha um plano amplo de obras públicas.
Juan Manuel Santos lembrou que há pouco mais de dez anos, quando era ministro das Finanças, a Colômbia viveu uma crise semelhante à que hoje enfrenta a Europa e Portugal, tendo recorrido também à ajuda financeira externa.
Hoje, defendeu, a Colômbia tem uma economia com crescimento sustentável, considerando que o objectivo deve ser não apenas crescer, mas também gerar confiança.
Juan Manuel Santos defendeu que para superar uma situação como a que Portugal tem hoje, é ainda necessário combinar austeridade com "margem de crescimento", para não "afogar" a economia, mas sublinhou e reconheceu que "no curto prazo" é um processo de "suor e lágrimas", que exige "grandes lideranças" que seguem o "caminho correto", mesmo sendo impopular.
O chefe de Estado colombiano sublinhou que depois de ter superado o programa de ajustamento financeiro assinado com os credores internacionais, a economia do país conseguir enfrentar crises mais recentes quase sem ser afectada.
Segundo José Manuel Santos, além de equilibrar as contas públicas, a Colômbia identificou as "fontes de crescimento da economia", procurando as áreas de maior "atraso". Foi assim, disse, que identificou algumas "locomotivas do crescimento": o sector das infra-estruturas, o da construção de casas, a agricultura ou a energia, lembrando que o país tem petróleo, carvão e água.
O Presidente colombiano garantiu que o país que chefia conseguiu assim "gerar confiança" nos investidores, para o que contribuíram ainda outros factores como o de aumentar a segurança e diminuir a violência e ser a mais antiga democracia da América Latina.
"A Colômbia é o país da América Latina onde mais tem crescido o investimento estrangeiro, e continua a crescer", sublinhou.
Tal como Passos Coelho, o Presidente da Colômbia defendeu uma aproximação económica entre os dois países, lembrando o crescimento e as potencialidades da economia colombiana, por um lado, e que Portugal está inserido na União Europeia, o que também oferece muitas potencialidades, por outro.