Em conferência de imprensa, na Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, o vice-presidente da bancada do JPP Rafael Nunes revelou números que constam do relatório de gestão da GESBA referente ao ano passado, que não foram ainda publicados pela empresa e pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP), para defender que os bananicultores não recebem o valor que merecem pelo seu trabalho.
"O JPP vem a público mostrar os números reais, que fazem parte do relatório de gestão da GESBA e que, até à data, continuam a não estar publicados em nenhuma plataforma, quer da empresa, quer do Governo Regional", declarou o parlamentar.
Com base no documento, o deputado indicou que a GESBA recebeu, no ano passado, cerca de 18 milhões de euros pela venda de 20.000 toneladas de banana, "o que dá um valor de 93 cêntimos por quilograma, números redondos" e que estão publicados num gráfico divulgado pela empresa.
"No entanto, o que já não foi dito é que, esse mesmo ano, a GESBA pagou 6,7 milhões de euros aos produtores. Isto dá 0,33 euros, ou seja, 33 cêntimos por cada quilo de banana", apontou Rafael Nunes.
"Significa isto que o bananicultor recebe apenas um terço da banana que entrega, o que, dito de outra forma, mostra-nos que, por cada três quilos de banana que entrega na GESBA, o bananicultor recebe apenas o valor de um quilo", acrescentou.
O deputado, um dos três eleitos pelo JPP à Assembleia Legislativa da Madeira, salientou ainda que há "valores muito mal explicados" e assumiu que o partido continuará a insistir no aumento do valor pago pela empresa aos bananicultores.
"A GESBA subverte o princípio para o qual foi criada. Na base, o objetivo sempre foi aumentar o rendimento do agricultor e nunca enriquecer às custas do agricultor, que, neste momento, é o que acontece", lamentou.
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