Em novembro, a agência tinha subido o 'rating' de longo termo de Portugal para "A" e alterou o 'outlook' (perspetiva) para "estável".
"A Scope concluiu uma revisão de monitorização para a República Portuguesa. A revisão periódica não resultou em qualquer ação de classificação", indicou, em comunicado.
Para esta decisão pesou a "redução substancial da dívida pública", sustentada por um historial de política orçamental prudente e melhorias na resiliência económica.
Contudo, a Scope apontou alguns desafios como um "elevado, embora decrescente", 'stock' de dívida pública, um potencial crescimento de fatores estruturais, como o envelhecimento da população, que limita a força de trabalho e coloca, a longo prazo, "pressão nas despesas públicas", bem como a vulnerabilidade a choques externos.
No documento, a agência destacou ainda o crescimento da economia portuguesa, sustentado por uma desaceleração gradual da inflação, que fortaleceu o poder de compra das famílias e aumentou o consumo privado.
A Scope espera um crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,1% este ano e de 1,9% em 2026.
"A atividade económica continuará a beneficiar de uma inflação mais baixa e de condições de financiamento mais favoráveis, o que deverá suportar os investimentos privados. Além disso, a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência [PRR] irá acelerar os investimentos públicos até ao final do próximo ano", apontou.
Contudo, avisou que os desenvolvimentos no comércio global, como a política tarifária dos EUA, geram uma maior incerteza quanto às perspetivas de crescimento económico de Portugal.
Embora o impacto direto seja relativamente baixo, a desaceleração do crescimento económico dos seus parceiros comerciais, como Espanha, França e Alemanha, pode ter impactos indiretos adversos, acrescentou.
Este ano, tanto a DBRS como a S&P melhoraram a classificação da dívida soberana nas suas revisões, que aconteceram ainda antes da crise política, enquanto a Fitch manteve o 'rating' de Portugal em 'A-'.
O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
[Notícia atualizada às 21h35]
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