Brasil regista recorde de produção de ouro com vestígios de ilegalidade

O Brasil produziu mais de 52 toneladas de ouro com vestígios de ilegalidade em 2021, um aumento de 25% do que em 2020, representando um novo recorde no país, de acordo com um estudo divulgado pelo Instituto Escolhas.

Canadiana Colt Resources e britânica Star Mining assinam acordo sobre prospeção de ouro em Borba

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Lusa
06/10/2022 18:25 ‧ 06/10/2022 por Lusa

Economia

Brasil

As 52,8 toneladas do metal precioso que têm indicações de terem sido extraídas irregularmente correspondem a mais de metade do ouro produzido no país no ano passado, sendo a maior parte extraído diretamente na Amazónia.

Os dados, a que a agência Efe teve acesso, pertencem ao estudo sobre a origem do ouro que o Instituto Escolhas tem vindo a realizar desde 2015, utilizando uma metodologia que analisa dados oficiais e imagens de satélite produzidas pela rede Mapbiomas.

As exportações de ouro renderam ao país cerca de 5,3 mil milhões de euros no ano passado, um aumento de 6% em relação a 2020.

De acordo com números oficiais, o Brasil vendeu cerca de 103,9 toneladas de ouro no estrangeiro no ano passado, enquanto a produção total do metal precioso em 2021 foi de 97 toneladas, 7% menos do que o exportado.

"Havia 6,7 toneladas de ouro que não passaram por nenhum registo nacional de produção, ou seja, nem sequer foi branqueado", disse Larissa Rodrigues, gestora de carteira do Instituto Escolhas.

O Brasil vende praticamente todo o ouro que produz no estrangeiro, e os seus principais compradores são o Canadá (31%), a Suíça (25%) e o Reino Unido (15%).

"Isto significa que estes países não têm forma de não serem contaminados por ouro manchado com sangue indígena ou crimes ambientais na Amazónia", salientou.

O ouro no Brasil é extraído principalmente pela mineração informal ou artesanal conhecida como "garimpo". Ao contrário de há séculos, o "garimpo" atual usa retroescavadoras gigantescas e opera frequentemente de forma "profana" com o uso de mercúrio para facilitar a busca do metal, poluindo os rios.

Em 2021, este tipo de mineração cobria 91,6% da área explorada na Amazónia brasileira, de acordo com a rede Mapbiomas, que mapeia o uso do solo no país com dados de satélite.

O problema, que tem crescido consecutivamente nos últimos anos, é imputado pelos ambientalistas à permissividade da lei e à falta de controlo por parte do Governo do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

O Presidente, que chegou ao poder em 2019 e procura agora ser reeleito, defende a exploração dos recursos naturais na Amazónia, incluindo nas reservas indígenas, e flexibilizou os controlos sobre atividades como a exploração mineira e o comércio de madeira, a maior parte das quais levadas a cabo ilegalmente na região.

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