O indicador diário de atividade económica (DEI) tem sinalizado um abrandamento da atividade ao longo do terceiro trimestre de 2022, de acordo com a mais recente edição da análise 'Economia numa imagem', publicada pelo Banco de Portugal (BdP).
"Apesar de na sua génese ter sido desenvolvido para acompanhar a evolução da atividade económica em Portugal durante a pandemia, com destaque para os períodos de confinamento, o DEI tem-se mostrado um instrumento útil para monitorizar a economia portuguesa no pós-pandemia. Em particular, a evolução recente do DEI aponta para um abrandamento da atividade económica ao longo do terceiro trimestre de 2022, sobretudo a partir de agosto", pode ler-se no site do BdP.
Esta análise, explica o supervisor da banca, foi preparada por Nuno Lourenço e António Rua. O BdP sublinha, contudo, que "as análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema".
Evolução do DEI aponta para um abrandamento da atividade ao longo do terceiro trimestre© Reprodução do site do Banco de Portugal
O DEI, recorde-se, é um indicador lançado pelo BdP para identificar "mais facilmente" alterações abruptas na atividade económica, mas não constitui uma previsão oficial do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
Divulgado semanalmente à quinta-feira, com informação até ao domingo precedente, o DEI cobre diversas dimensões correlacionadas com a atividade económica em Portugal, sumariando a informação das seguintes variáveis diárias: tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, consumo de eletricidade e de gás natural, carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.
Conforme explica o BdP, a utilização deste tipo de dados de alta frequência "intensificou-se na sequência da crise desencadeada pela pandemia de Covid-19", já que, dado o "curto desfasamento" da sua divulgação face ao período de referência, permitem "identificar atempadamente alterações bruscas na atividade económica".
O DEI é normalizado de tal forma que a sua média trimestral tenha a mesma média e desvio-padrão da taxa de variação homóloga trimestral do PIB nos últimos anos e, para além do indicador diário, também se apresenta a média móvel centrada de sete dias numa frequência diária por forma a mitigar alguma irregularidade presente nas séries diárias.
Uma vez que a evolução recente do DEI se encontra "fortemente influenciada por efeitos base decorrentes dos eventos verificados durante 2020, o que afeta de forma significativa a evolução homóloga da atividade em 2021", o banco central divulga também a evolução da taxa bienal, de forma a mitigar a influência destes efeitos base acumulando a variação, em dias homólogos, para um período de dois anos.
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