"Vai possibilitar criar as condições para um desenvolvimento industrial que permita criar empregos e dinamizar o tecido empresarial", afirmou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que presidiu à assinatura deste acordo com aquela agência das Nações Unidas, que promove o desenvolvimento industrial sustentável e inclusivo, a implementar até 2026.
"Queremos uma indústria inteligente, sustentável, que crie condições de exportação que o país tanto precisa. E o programa vai no sentido de promovermos uma indústria de elevada produtividade, que abrange a formação, o conhecimento, a investigação, a digitalização, e identifica os fatores sobre os quais devemos atuar: capital humano, capacitação institucional, eficiência energética, entre outros fatores", afirmou o primeiro-ministro.
Segundo Ulisses Correia e Silva, Cabo Verde já tem "potencial" em várias áreas, como a farmacêutica, extrativa ou pesqueira, necessitando agora "de escala e dimensão, o que vai ao encontro dos propósitos do programa" assinado com a UNIDO.
"A implementação será feita essencialmente pelo setor privado, através das condições que o Governo criará para que as pequenas, médias e grandes empresas possam investir fortemente numa indústria verde, com energias renováveis, estratégia de água sustentável, transportes eficientes e com perspetiva para integração no mercado regional", sublinhou o primeiro-ministro.
Segundo o Governo, o programa nacional 2022-2026 assinado hoje entre o Ministério da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde e a UNIDO "tem como objetivo principal reforçar a integração de Cabo Verde nas cadeias de valor regionais e globais através de uma economia industrial competitiva, diversificada, sustentável e inovadora, um setor privado forte e ativo e políticas e estratégias adequadas".
A colaboração da UNIDO com o Governo cabo-verdiano visa o reforço de capacidades Institucionais e comerciais, a atualização da indústria nacional e o crescimento resiliente e neutro em carbono, promovendo uma "economia circular".
"A integração da perspetiva de género, juventude e resposta a crises serão abordados como componentes transversais. De modo a oferecer soluções específicas e alinhadas com as prioridades do país, o Governo de Cabo Verde irá estabelecer um Comité de Pilotagem do programa, que será presidido pelo Ministério da Indústria, Comércio e Energia e que será o órgão máximo da governança do programa", destacou o executivo.
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
Após uma recessão histórica de 14,8% em 2020, face à ausência de turismo durante cerca de nove meses, Cabo Verde registou um crescimento económico de 7% em 2021.
O Governo prevê agora um crescimento de 4% em 2022, uma revisão em baixa face aos anteriores 6%, devido às consequências da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada dos preços.
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