"À luz dos fundamentos atuais do mercado", a OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo - OPEP e 10 aliados) confirmou num comunicado "a decisão de ajustar a produção global mensal no mês de agosto de 2022 em mais 648.000 barris por dia".
Além disso, os ministros da OPEP e os 10 aliados, incluindo a Rússia e o México, concordaram, na videoconferência de hoje, em reunir-se novamente por via eletrónica em 3 de agosto.
O referido aumento já tinha sido acordado em 2 de junho, sob crescente pressão do Ocidente para abrir mais as torneiras a fim de conter o aumento dos preços da energia e da inflação, pelo que não foi surpresa para os mercados.
Em teoria, com o aumento de agosto, a OPEP+ (sem a Venezuela, Irão e Líbia, que não participam no acordo) acabaria por recuperar o nível de produção que tinha antes da redução em 2020 em quase 10 milhões de barris por dia para fazer face ao colapso histórico da procura e dos preços do "ouro negro" que provocou a crise da covid-19.
Mas com a maioria dos produtores a enfrentar graves limitações de capacidade produtiva, o grupo tem vindo a produzir abaixo da quota há vários meses, levantando dúvidas de que seja capaz de cumprir os volumes de fornecimento prometidos.
No papel, a quota total da aliança a partir de 1 de agosto será de 43,85 milhões de barris por dia, dos quais 26,69 milhões de barris por dia correspondem à OPEP (sem a Venezuela, Irão e Líbia) e o resto aos 10 aliados liderados pela Rússia.
A quota da Arábia Saudita sobe para 11 milhões de barris por dia, idêntica à da Rússia, apesar de Moscovo já ter reconhecido que as suas extrações estão a cair e continuarão a cair em resultado das sanções impostas pela União Europeia pela invasão da Ucrânia.
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