Volume dos cestos de compras é o menor dos últimos quatro anos
Quando se compara o primeiro trimestre de 2022 com o período homólogo de 2019, verifica-se que as cestos de compras são mais pequenos, mas de maior valor, de acordo com um estudo da Kantar.
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Economia cesto de compras
O aumento dos preços está já a ter impacto nas compras dos portugueses. Um estudo realizado pela Kantar para a Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, divulgado na quarta-feira, revelou que o volume dos cestos das compras é o menor dos últimos quatro anos.
Segundo os dados da consultora, verificou-se uma quebra do volume dos cestos na ordem dos 2,8% no primeiro trimestre do ano, em compara com o período homólogo de 2019.
"Considerando o mesmo período evolutivo nos vários segmentos, observa-se que quase todos são impactados por cestas ligeiramente mais pequenas, mas com um gasto maior", pode ler-se no comunicado sobre o estudo, ao qual o Notícias ao Minuto teve acesso.
Ainda assim, há um segmento que contraria esta tendência: higiene e beleza, que "mantém a desvalorização que já era sentida nos períodos anteriores, com uma preferência por categorias de cuidado e um maior mix entre marcas de distribuição e marcas de fabricante".
"Quando se analisa o início deste ano e se compara com o do ano anterior, assiste-se a uma perda inevitável, tanto em valor como em volume, uma vez que no primeiro trimestre de 2021 estávamos confinados. No entanto, quando se compara o primeiro trimestre de 2022 com o homólogo de 2019, verifica-se que as cestas são mais pequenas, mas de maior valor. A frequência de compra mantém-se estável, com os jovens a serem o grupo que mais aumenta a regularidade de compra, como já vinha a acontecer", explica Marta Santos, 'sector director' da Kantar, citada no mesmo comunicado.
O estudo da Kantar para a Centromarca destaca ainda o crescimento das marcas de distribuição. "Neste momento, a quota em valor situa-se nos 41,1%, tendo aumentado 2,3pp face a 2021 e 5,2pp relativamente a 2019, com destaque nesta evolução para a performance das marcas de distribuição da Mercadona e do Intermarché", pode ainda ler-se.
"Em crises anteriores, como na de 2011, o corte de custos em resposta à crise levou a uma maior procura das marcas da distribuição, as quais chegaram a atingir os 37% de quota em valor no primeiro trimestre desse ano, valor que posteriormente decresceu por força da forte ação promocional dos fabricantes. Hoje, esta ameaça às marcas de fabricante é ainda maior, uma vez que existe um contexto diferente, com lojas com formatos de sortido curto muito focadas nas suas marcas próprias, ágeis e que conquistaram a confiança de muitos portugueses", nota Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca.
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