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Hidrogénio. Gigantes da energia pedem "metas ambiciosas e vinculativas"

As maiores empresas mundiais de energia, entre as quais a EDP, defendem que a adoção de "metas ambiciosas e vinculativas" de hidrogénio renovável em setores prioritários é fundamental para a segurança energética da Europa e a sua liderança global.

Hidrogénio. Gigantes da energia pedem "metas ambiciosas e vinculativas"
Notícias ao Minuto

13:54 - 10/03/22 por Lusa

Economia Hidrogénio

Numa carta enviada aos decisores europeus, na sequência do plano REPowerEU da Comissão Europeia, anunciado na terça-feira, os signatários pedem "que centrem a Diretiva das Energias Renováveis [que inclui como meta obrigatória que 32% da energia na União Europeia seja gerada através de fontes renováveis até 2030] apenas no hidrogénio renovável e prossigam a ambição da Comissão Europeia para adoção de hidrogénio renovável e 'e-fuels' derivados [combustíveis sintéticos produzidos a partir da combinação de gás de hidrogénio e dióxido de carbono] em setores prioritários".

Segundo sustentam, "este foco é fundamental para aumentar a procura e criar um mercado europeu de hidrogénio renovável", que é "a única solução verdadeiramente sustentável e competitiva".

Paralelamente, referem, esta estratégia "estimulará a inovação, criará os empregos do futuro e fortalecerá a segurança energética da Europa, a autonomia nas cadeias de valor estratégicas e a resiliência".

"À medida que os Estados-membros da UE [União Europeia] e o Parlamento Europeu preparam as suas posições, destacamos as vantagens da adoção de metas ambiciosas vinculativas de hidrogénio renovável e 'e-fuels' derivados em setores prioritários, como a indústria e os transportes, nomeadamente a aviação e o transporte marítimo, que não têm outra alternativa viável de descarbonização", sustentam as empresas signatárias.

Entre as vantagens desta estratégia, apontam o "forte sinal que envia ao mercado" e o "impulso dado ao investimento em hidrogénio renovável", que "acelerará o investimento privado, reduzirá o custo da tecnologia por via da implantação em massa e apoiará o desenvolvimento da cadeia de valor 'upstream', com a criação de empregos associada".

"Estudos recentes demonstram que existe uma procura potencial importante de hidrogénio renovável e grandes investimentos têm sido anunciados em setores industriais chave, como o aço". Ambos "podem ser desbloqueados no curto prazo mediante um forte sinal regulatório", sustentam.

Outros dos benefícios referidos são a garantia do pioneirismo da Europa e o aumento da resiliência e da competitividade da indústria europeia, além do facto de constituir uma "base para definir esquemas de apoio nacionais que sejam desbloqueadores do investimento privado e ajudem os pioneiros europeus a atingirem as metas ao menor custo".

"No geral, será crucial manter as metas propostas pela Comissão para o hidrogénio renovável e manter a ambição, vinculativa e focada nos setores que já consomem hidrogénio ou são difíceis de eletrificar e não têm outras alternativas de descarbonização. Isso garantirá o uso eficiente de volumes limitados de hidrogénio nesta fase inicial e evitará a criação de procura em setores onde há disponibilidade de soluções de descarbonização mais eficientes", referem.

Segundo as empresas energéticas, "promover aplicações de hidrogénio renovável puro e evitar misturas com gás natural também ajudará a garantir o uso ideal deste recurso altamente valioso e a maximizar o seu potencial de descarbonização em toda a economia".

Para os signatários da carta, "apoiar a ambição ao nível do hidrogénio renovável e dos 'e-fuels' derivados é uma escolha política estratégica para a Europa", que agora, "mais do que nunca, precisa de melhorar a sua segurança energética".

"Isto obriga a uma expansão massiva da implantação de energia renovável para reduzir a sua dependência das importações de gás natural. Facilitar a disponibilidade de eletricidade renovável adicional para permitir o rápido aumento da produção de hidrogénio renovável também é crucial", sustentam.

Paralelamente, "resolver com urgência o estrangulamento ao nível do licenciamento será fundamental para que as energias renováveis e o hidrogénio renovável se tornem alternativas claras ao gás natural".

"Este é o papel fundamental que a Diretiva das Energias Renováveis deve desempenhar -- promover as energias renováveis -- e o porquê de ela não poder admitir o hidrogénio fóssil de baixo carbono", afirmam.

Defendendo que "a Europa deve agir agora, com a ambição de transformar uma oportunidade única numa verdadeira história de sucesso do Pacto Ecológico Europeu", os signatários notam que isto "não apenas ajudará a Europa a tornar-se o líder global no hidrogénio renovável e a alcançar a transição verde de sua economia, como também fortalecerá a sua competitividade, a segurança de cadeias de abastecimento estratégico e a sua resiliência, para além de gerar benefícios económicos e empregos para as próximas gerações".

"Apelamos às partes interessadas e aos decisores políticos para aderirem e apoiarem este apelo", rematam.

Entre as empresas signatárias da carta estão a portuguesa EDP, a espanhola Iberdrola, a Vestas Sunfire, Smartenergy, Wind Europe, Fronius, Orsted, Akuo, Altenex Energy ou Enel.

Subscrevem ainda a carta entidades ligadas ao setor da energia, como o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT nnoEnergy), o Jacques Delors Energy Centre (JDEC), a Renewable Hydrogen Coalition, Cleantech for Europe, Climate Strategy & Partners e Future Cleantech Architects (FCA).

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