É ainda um efeito da pandemia e promete complicar o Natal a muitas famílias. A crise na cadeia de abastecimento ameaça provocar demoras nas entregas ou mesmo deixar prateleiras vazias em certos países.
Com a maior parte dos produtores de brinquedos nos países asiáticos, onde muitas fábricas fecharam portas na pandemia, a aumentam os receios da falta de brinquedos ou da subida de preços na época festiva.
Nick Mowbray, o cofundador da Zuru Toys, garante ao The Guardian que haverá escassez de brinquedos este Natal. Em causa estão as restrições de envio, a crise energética e a falta de trabalhadores. Mowbray admite mesmo um aumento de preços nos brinquedos.
Ao El Economista, o presidente da Associação Espanhola dos Fabricantes de Brinquedos (Aefj) recusa a ideia de "escassez global", mas admite demoras. Os retalhistas fizeram as encomendas mais cedo mas, ainda assim, enfrentam atrasos nas entregas.
"Os problemas nas cadeias de transporte podem comprometer o reabastecimento de alguns dos brinquedos mais vendidos e esses atrasos podem fazer com que a mercadoria chegue atrasada", explica José Antonio Pastor.
Nalguns países, os anúncios convidam já a comprar mais cedo para evitar demoras nos envios.
O problema é mais evidente no Reino Unido, onde a crise é agravada pelos impactos do Brexit, e nos Estados Unidos, onde os portos estão ainda muito condicionados. De acordo com a Autoridade Portuária de Los Angeles, havia 99 navios em espera para descarregar naquele porto e o tempo de espera duplicou em dois meses para uma média de 16,9 dias.
Com a Black Friday e o Natal a aproximarem-se, os problemas tendem a agravar-se.
Por cá, segundo o Eco, há já retalhistas a reforçar contratações, como é o caso da Worten, Fnac e o El Corte Inglés. O objetivo é recuar aos níveis de 2019.
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