"Mesmo que o PRR fosse ótimo, a sua aplicação seria sub-ótima devido às distorções da economia e à falta de reformas estruturais", afirmou Mira Amaral, que falava debate PRR: "Potenciar os efeitos dos fundos europeus na economia nacional", organizado pelo Fórum para a Competitividade, que decorre no Centro de Congressos de Lisboa.
Luís Mira Amaral considerou que o PRR vai recuperar muito do investimento público que deveria ter sido executado no âmbito do Orçamento do Estado e que foi "travado para controlo do défice".
Para o ex-ministro, Portugal teve um "chocante amadorismo económico" na visão estratégica do PRR, enquanto em Espanha houve uma "ambição e aposta no setor privado" e a Grécia convidou um Nobel da Economia para executar o seu plano.
O ex-ministro da Indústria e Energia disse ainda que os países em estado de desenvolvimento intermédio, onde se encontra Portugal, precisam de uma iniciativa cultural para chegar ao estado de países desenvolvidos, o que com "uma maioria marxista e hegemónica na comunicação social e no Estado será muito difícil".
Assim, não se trata de um problema de dinheiro, mas político, que não será fácil de resolver a curto prazo, vincou.
O PRR tem um período de execução até 2026 e prevê um conjunto de reformas e investimentos para alavancar o crescimento económico.
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