A Casa Branca anunciou hoje a assinatura de uma ordem executiva com o objetivo de estimular as cadeias de abastecimento de bens considerados essenciais, desde semicondutores - essenciais para a fabricação de automóveis - produtos farmacêuticos, ou minerais usados em tecnologias de informática.
"Hoje, o Presidente Biden assinará uma ordem executiva para ajudar a criar cadeias de abastecimento mais resilientes e seguras de produtos essenciais", anunciou a Casa Branca.
O Governo Biden, que quer reduzir a dependência dos Estados Unidos do estrangeiro, não cita nenhum país em particular, mas parece ter como alvo a China, que produz vários destes bens essenciais para o abastecimento da indústria transformadora norte-americana.
"Nos últimos anos, as famílias, os trabalhadores e as empresas americanas têm sofrido cada vez mais com a escassez de produtos essenciais, de remédios a alimentos e 'chips' de computador", lembra a Casa Branca.
Para o Governo norte-americano, a escassez de semicondutores está a provocar uma "severa desaceleração na produção nas fábricas de automóveis", o que levará a um "grave prejuízo para os trabalhadores americanos".
Recentemente, as marcas automóveis General Motors e a Ford tiveram de interromper a produção em várias das suas fábricas, com custos estimados em vários milhares de milhões de dólares.
A ordem executiva hoje anunciada procura lançar "uma revisão abrangente das cadeias de abastecimento dos EUA", protegendo várias indústrias de "uma ampla gama de riscos e vulnerabilidades", diz o documento da Casa Branca.
O decreto presidencial prevê duas etapas: uma inicial, em que será feita uma análise dos produtos essenciais em falta; uma segunda em que o Governo abordará seis setores considerados sensíveis: indústria de defesa, saúde pública, informação e comunicação tecnológica, energia, transporte e cadeias de abastecimento de produtos agrícolas e alimentares.
Este problema já tinha sido antecipado pelo Governo do ex-Presidente Donald Trump, em 2018, quando foi feito um plano de ação identificando 35 setores estratégicos que estavam excessivamente dependentes do estrangeiro, representando mais de 50% do consumo anual dos Estados Unidos.
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