A Galp Energia fechou o ano de 2020 com prejuízos de 42 milhões de euros, de acordo com os resultados apresentados esta segunda-feira em comunicado enviado à CMVM. Em 2019, a petrolífera tinha registado lucros de 560 milhões.
"O resultado líquido RCA [números ajustados para corrigir os efeitos de stock e eventos não-recorrentes (RCA)] foi negativo em -€42 milhões, enquanto o resultado líquido IFRS foi -€551 milhões, com eventos não recorrentes de -€171 milhões e um efeito stock material de -€338 milhões", pode ler-se no comunicado.
O Ebitda RCA diminuiu 34% face ao mesmo período homólogo para €1.570 milhões, "impactado pelas condições de mercado desafiantes no período". Já o Ebit RCA diminuiu 69% em comparação homóloga para €427 milhões, "incluindo as imparidades registadas no 2T20 relacionadas com o upstream".
Relativamente ao quarto trimestre, a Galp registou lucros de três milhões de euros, bem abaixo dos 157 obtidos no período homólogo.
O Ebitda RCA diminuiu 37% em comparação homóloga para €410 milhões e o Ebit RCA diminuiu 55% em comparação homóloga para €159 milhões de euros.
Estes dois indicadores foram impactados "pela menor contribuição do upstream e do downstream, na consequência da deterioração dos preços de commodities e das condições de mercado causadas pela pandemia", de acordo com a petrolífera.
O investimento líquido subiu 5% e chegou aos 830 milhões, "considerando os proveitos dos processos de unitização e incluindo o pagamento de Euro325 m relacionados com a transação do portefólio solar fotovoltaico" realizada no terceiro trimestre de 2020.
Já o investimento nas atividades de upstream corresponderam a 36% do total, "sendo 23% direcionado às atividades de downstream e 39% para a área de Renováveis & Novos Negócios".
Na sequência da decisão de concentrar as atividades de refinação no complexo de Sines, descontinuando as operações de refinação em Matosinhos a partir deste ano, e de acordo "as melhores estimativas atuais", a Galp registou 35 milhões de custos de restruturação, bem como imparidades e provisões no montante de 247 milhões, "todos considerados como eventos não recorrentes", num total após impostos de 200 milhões.
"A empresa está neste momento a definir um plano de descomissionamento detalhado, assim como a avaliar alternativas de utilização para o complexo", refere a informação enviada à CMVM.
A dívida líquida aumentou para 2.066 milhões, considerando 544 milhões de dividendos pagos a acionistas e a interesses minoritários durante o ano de 2020, bem como 129 milhões de outros efeitos, "maioritariamente relacionados com a desvalorização do real brasileiro e do dólar dos E.U.A.".
Os dados hoje divulgados indicam que a produção líquida (net entitlement) no ano passado - após o pagamento de impostos em espécie aos países em que produz e que revertem integralmente para os resultados da Galp -- cresceu 7% em termos homólogos, para 128,2 mil barris/dia.
Em 2020, a produção média no indicador "working interest" - a produção bruta de matéria-prima, sobretudo petróleo, que inclui todos os custos decorrentes das operações -- cresceu igualmente 7% face ao ano anterior, fixando-se nos 130 mil barris por dia.
Na informação enviada à CMVM, a Galp recorda que, em outubro, acordou com a Allianz Capital Partners a venda de 75,01% da sua participação na Galp Gás Natural Distribuição, S.A. (GGND) com base no preço acordado de 368 milhões de euros. A conclusão da transação está prevista para o primeiro trimestre deste ano, após a qual a Galp manterá uma participação de 2,49% na GGND.
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