Elisa Ferraz, que lidera a autarquia vila-condense através do movimento independente NAU, disse que ficou a saber dos detalhes das intervenções de estabilização da orla costeira no município, que serão promovidas pelo Estado, na sequência de uma conferência de imprensa realizada, segunda-feira, pela Comissão Politica Concelhia do PS/Vila do Conde.

Os pormenores dessa empreitada foram divulgados, publicamente, pelos socialistas de Vila do Conde, citando um comunicado do Ministério do Ambiente, enviado ao grupo parlamentar do partido na Assembleia da República, depois dos deputados do PS terem inquirido a tutela sobre o tema.

Elisa Ferraz considera que houve "oportunismo político através de acesso a informação privilegiada", argumentando que a autarquia não teve conhecimento desses dados "talvez por pertencer a um movimento independente".

"Oportunismo é algo que me choca. Não compreendemos os motivos que levam um grupo parlamentar a arvorar-se em grandes arautos da realização de obras em que nunca estiveram envolvidos e nem sequer perguntaram à autarquia sobre as mesmas", disse a presidente de Câmara.

A autarca garantiu que já avançou com "um pedido de explicações" ao Ministério do Ambiente sobre o sucedido, mas considerou que "há alguma coisa que não bate certo".

"É estranho. O Governo não costuma proceder assim pois tem nas autarquias o seu interlocutor direto. Vila do Conde não pode ser prejudicada por ter um partido independente à frente do município", disse Elisa Ferraz.

Sobre o facto do PS/Vila do Conde, juntamente com a coordenadora dos deputados socialistas eleitos pelo distrito do Porto, ter assumido os créditos pela resolução dos problemas na orla costeira de Vila do Conde, Elisa Ferraz falou num "populismo absurdo e patético".

"Apoderarem-se do trabalho desenvolvido ao longo de anos, vindo antecipar o anúncio do início das obras, é mero oportunismo político de quem nada fez para que isso acontecesse. Fazê-lo é desrespeitar o esforço daqueles que estiveram envolvidos na solução", sublinhou a autarca de Vila do Conde.

Elisa Ferraz frisou, ainda, que "este tipo de 'pressão' pode ser perigosamente entendido como uma perniciosa influência que só alguns têm acesso, e com a qual os governantes certamente não se revêm".

Em causa está um investimento de cerca de 3 milhões de euros promovido pelo Ministério do Ambiente, para obras de estabilização da orla costeira de Vila do Conde, contemplando a freguesia de Árvore e a marginal urbana da cidade, que foram divulgados ao grupo parlamentar do PS, antes de serem comunicadas pela tutela à Câmara Municipal.

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