“Aconteceu tudo no segundo semestre de 2013. Hoje temos 75 lojas, das quais 30 são próprias e as restantes franchisadas”, conta Judá Chester, CEO da Valores, empresa líder na compra e venda de ouro em Portugal, o que representa 63% do universo de lojas que há pouco mais de seis meses tinha em Portugal.
A febre do ouro que o País atravessou, principalmente, entre 2010 e 2012, provocou a expansão deste negócio, com uma média de três lojas a abrirem por dia. Mas esses tempos já lá vão e para tal muito tem contribuído “a descida da cotação” do ouro, bem como, “a expectativa das pessoas e a diminuição do consumo”.
“Hoje os portugueses estão a consumir menor e por isso precisam menos de vender os seus bens para fazer face a prestações ou pagamentos. As famílias já ajustaram o seu consumo ao menor rendimento que possuem”, esclarece o empresário Judá Chester, salientando que também “as expectativas de obter um valor relevante com a venda de objetos de valor diminuíram pelo menos 35% a 40%”.
Como exemplo, o CEO da Valores refere ao Jornal de Negócios que “se há cerca de um ano, as peças que um potencial cliente tinha intenção de vender valiam mil euros, hoje as mesmas peças valem cerca de 650 euros. Se optou por não vender para o fazer depois, hoje toma a opção ainda mais tarde”.
No mesmo sentido seguem as previsões dos analistas que excluem uma subida da cotação do preço do ouro como sucedeu em 2011 nos próximos anos. Nesse ano, o valor deste metal atingiu valores recorde, chegando aos 1.900 dólares por onça, sendo que atualmente está a ser negociada nos mercados internacionais a 1.240 dólares (913 euros).
O Jornal de Negócios conta ainda que até outubro do ano passado, a Imprensa Nacional Casa da Moeda contabiliza 5.169 lojas registadas como “retalhista ourivesaria”, ou seja, menos 413 em relação a 2012.