"O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) uniram esforços para financiar um programa de investimento no valor de 400 milhões de EUR [euros], que visa modernizar infraestruturas de cuidados continuados e de apoio a idosos em Portugal", pode ler-se num comunicado divulgado pelo BEI na segunda-feira.
De acordo com o documento, o programa de investimentos abrange cerca de 150 projetos, e os fundos "serão canalizados para entidades do terceiro setor que prestam serviços à população idosa em Portugal, nomeadamente nos domínios da saúde, habitação e apoio social".
O BEI esclarece que "concederá um empréstimo de 200 milhões de EUR à IFD", fundos que "serão disponibilizados a instituições financeiras em Portugal que os canalizarão para as entidades que promovam a construção, renovação e modernização das infraestruturas em questão".
"Os intermediários financeiros, que serão selecionados através de um concurso realizado pela IFD, terão de igualar o montante do empréstimo do BEI, o que significa que, no total, estarão disponíveis até 400 milhões de EUR para este programa de investimento", segundo o comunicado.
De acordo com o documento, "Portugal é o país europeu com uma das maiores taxas de idosos (com mais de 65 anos) não saudáveis e com o mais elevado índice de envelhecimento, que atingiu 153,2% em 2017".
"O programa de investimento centrar-se-á, principalmente, em projetos de investimento de pequena e média dimensão, com um custo inferior a 50 milhões de euros cada, cujos beneficiários finais serão entidades que desenvolvem a sua atividade no setor social e já prestam serviços de cuidados continuados e de apoio a idosos", pode ler-se no comunicado do BEI.
O antigo secretário de Estado Adjunto e das Finanças Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI para Portugal, manifestou-se "muito contente" pelo seu primeiro anúncio ser a "parceria com o IFD, que visa melhorar as infraestruturas de atendimento aos cidadãos portugueses mais frágeis".
Já Henrique Cruz, presidente do IFD (que será integrada no futuro Banco Português de Fomento) disse que a iniciativa é "decisiva para colmatar a insuficiência de mercado que resulta da maturidade muito longa deste tipo de projetos e da sua forte dependência do apoio e do investimento públicos", lacuna essa que "se agudizou especialmente em tempos de covid-19".