A ação de protesto deveria ter decorrido durante a manhã, para denunciar "o despedimento coletivo de 42 dos 120 trabalhadores [da SICMAN] alocados ao Aeroporto de Lisboa (Humberto Delgado)", mas foi desmarcada após uma alteração da posição da empresa no final do dia de segunda-feira.
"O SIESI saúda os trabalhadores do SICMAN, ACE que, com a sua resistência, firmeza e unidade conseguiram travar o despedimento coletivo e serem reintegrados na empresa", afirmou o sindicato num comunicado.
O dirigente do SIESI Paulo Renato Rodrigues explicou à agência Lusa que a empresa retrocedeu relativamente ao despedimento de 15 trabalhadores que não aceitaram a rescisão contratual.
"É uma vitória que confirma a importância e o valor da luta dos trabalhadores em defesa dos seus direitos e que reafirma que é através dela que os trabalhadores conseguem alcançar resultados", afirmou Paulo Renato Rodrigues.
Os restantes 27 trabalhadores envolvidos no processo acabaram por aceitar a rescisão contratual.
A SICMAN, ACE anunciou em agosto um despedimento coletivo de 42 trabalhadores do Aeroporto de Lisboa, alegando redução de operação na sequência da pandemia de covid-19.
Estes trabalhadores são responsáveis pela operação, manutenção e reparação dos tapetes rolantes das cargas e descargas das bagagens.
O sindicato e os trabalhadores foram surpreendidos pelo anúncio do despedimento, porque a empresa não recorreu ao 'lay-off' ou outra medida quando o aeroporto esteve praticamente parado.
A SICMAN presta serviço na mesma área em todos os aeroportos nacionais, onde emprega 210 trabalhadores.
Segundo o SIESI, a empresa foi criada em 2003 "exclusivamente para ser utilizada como uma fuga à contratação de trabalhadores efetivos para os quadros da ANA e depois da, então, Siemens, SA e posteriormente Siemens Logistics, Lda.".
A Siemens tem o contrato de prestação de serviços em áreas dos aeroportos geridos pela ANA, a nível nacional, e é proprietária de 95% da SICMAN, ACE.