O Banco de Portugal (BdP) diz ter recebido a auditoria realizada ao Novo Banco, que foi mandada fazer pelo Governo, e revela que a mesma está a ser alvo de uma "análise cuidada". A instituição liderada por Mário Centeno adianta, no entanto, que o documento revela "insuficiências nos atos de gestão" do banco, principalmente na altura do BES.
"A auditoria especial detetou também insuficiências nos atos de gestão praticados no período em análise, com especial incidência e gravidade no período de atividade do Banco Espírito Santo, S.A. Essas situações estão já a ser alvo de uma análise cuidada por parte do Banco de Portugal, incluindo no quadro do Mecanismo Único de Supervisão, ao qual foi remetido o relatório da auditoria especial", pode ler-se no comunicado do BdP.
Acrescenta ainda o BdP que a auditoria "confirma a importância do mecanismo de capitalização contingente para a recuperação do balanço do Novo Banco e para a sua viabilidade", acrescentando que "sem aquele mecanismo, o Novo Banco não cumpriria as exigências de redução da exposição a ativos não produtivos, nem os rácios de capital regulatórios a que está sujeito".
Também em comunicado, o Fundo de Resolução adianta que a auditoria "evidencia, designadamente, que o Novo Banco tem vindo a operar num quadro fortemente marcado pelo vasto legado de ativos não produtivos, gerado ainda na esfera do Banco Espírito Santo, S.A., com o consequente registo de imparidades e provisões, mas que tem também robustecido os seus procedimentos internos", pode ler-se.
De recordar que o Fundo de Resolução é acionista do Novo Banco, detentor de 25% do capital.