Em comunicado, a Nacala Logistics avança que a queda nos resultados registados entre abril e junho deveu-se à redução do volume no transporte de carvão e de carga geral no período.
"Em adição, as obrigações financeiras associadas à necessidade de financiamento contribuíram para o resultado negativo", lê-se no documento.
Durante o mesmo período, o transporte de carvão situou-se em 1,2 milhões de toneladas, uma redução na ordem dos 48% em relação ao período homólogo do ano passado.
"Os resultados operacionais e financeiros do segundo trimestre demonstram precisamente o impacto que a covid-19 teve na empresa", referiu a nota.
A Nacala Logistics ajustou-se, no entanto, à nova realidade, trabalhando diariamente para ultrapassar os desafios impostos pela doença, adotando todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos colaboradores e das comunidades que vivem nas proximidades das suas operações.
O administrador financeiro da Nacala Logistics, Bernardo Mattar, disse durante a divulgação dos resultados que a empresa está a aproveitar este momento desafiador como uma oportunidade para se fortalecer.
"Quero deixar uma palavra de profundo agradecimento a todos os colaboradores da empresa pela dedicação e empenho que, diariamente, evidenciam contribuindo para o fortalecimento da Nacala Logistics, mesmo em tempos tão desafiantes como os que o mundo atravessa", sublinhou.
A Nacala Logistics faz parte das empresas que integram o corredor de Nacala e opera na área do transporte ferroviário.
A empresa anunciou em abril a redução para um terço do número de passageiros e viagens nos comboios para evitar a propagação da covid-19.
Em operação desde 2016, o corredor de Nacala é um investimento de 4,5 mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros) que junta a multinacional brasileira Vale, o conglomerado japonês Mitsui e a empresa pública moçambicana Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique.
O empreendimento compreende uma ferrovia com 912 quilómetros, incluindo 200 que atravessam o território do Maláui, e um terminal portuário de águas profundas que escoa o carvão que a mineira Vale produz no distrito de Moatize, província de Tete, centro de Moçambique.
Moçambique regista um cumulativo de 3.115 casos positivos de covid-19, 20 óbitos e 1.380 (44 %) pessoas dadas como recuperadas, indicam os últimos dados da saúde.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 787.918 mortos e infetou mais de 22,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.