Depois de adiar uma decisão por duas semanas, a instituição pan-africana de desenvolvimento, com sede em Abidjan, capital económica da Costa do Marfim, finalmente cedeu à exigência dos Estados Unidos, insatisfeitos com a investigação interna que exonerou completamente Adesina de acusações feitas por um grupo de denunciantes, que incluem "comportamento antiético, enriquecimento pessoal e favoritismo".
A "revisão independente deve ser conduzida por uma pessoa neutra, honesta e de alto calibre, com experiência inegável e reputação internacional comprovada, dentro de duas a quatro semanas no máximo, levando em consideração o calendário eleitoral" do Banco, que deve eleger o presidente no final de agosto, especifica-se no comunicado.
Adesina, eleito em 2015 como chefe do BAD, um dos cinco principais bancos multilaterais de desenvolvimento do mundo, foi alvo de uma série de acusações desde o início do ano, divulgadas pela imprensa em abril.
Num relatório detalhado, os denunciantes acusam-no de favoritismo em inúmeras nomeações de altos funcionários, em particular de compatriotas nigerianos; de ter nomeado ou prometido lugares a suspeitos ou condenados por fraude ou corrupção; bem como de lhes ter concedido indemnizações generosas sem os sancionar.
As acusações foram refutadas por Adesina, de 60 anos, o primeiro nigeriano a chefiar o BAD desde sua criação em 1964, que reclamou repetidamente sua "inocência", e rapidamente afastadas num relatório interno da comissão de ética da instituição.