Os detalhes da fuga "digna de filme". Carlos Ghosn fala hoje em Beirute
O antigo presidente da Nissan contornou todas as medidas de segurança e conseguiu fugir do Japão para o Líbano.
© Reuters
Economia Carlos Ghosn
À medida que os dias vão passando, mais detalhes sobre a fuga "digna de filme" de Carlos Ghosn vão sendo conhecidos. Ao que indica o El País, o antigo presidente da Nissan, que estava em prisão domiciliária no Japão a aguardar julgamento por, entre outros crimes, evasão fiscal, saiu de sua casa pelo seu próprio pé e terá caminhado cerca de 800 metros até um hotel próximo, onde estavam duas pessoas à sua espera.
Esta saída é "algo surpreendente" uma vez que a zona estaria a ser monitorizada permanentemente.
Pouco depois de se encontrar com as outras duas pessoas, Ghosn viajou num comboio de alta velocidade durante cerca de três horas. Escreve o mesmo jornal que "não se sabe se Ghosn, um dos rostos mais conhecidos do Japão, terá recorrido a algum disfarce para passar despercebido.
Indica o Wall Street Journal que, uma vez em Osaka, as duas pessoas saíram de um hotel com "duas caixas grandes", pelo que o antigo presidente da Nissan estaria dentro de uma delas. Partiram num avião particular até Istambul.
Uma vez na capital turca, Ghosn foi levado para um avião privado e mais pequeno, que o levou depois até Beirute, capital do Líbano. As autoridades daquele país confirmaram que o antigo empresário entrou no país de forma ilegal, onde terá chegado no dia 30 de dezembro de 2019.
Ghosn fala esta quarta-feira em Beirute
O antigo presidente da Nissan anunciou que fará uma conferência de imprensa na manhã desta quarta-feira. Esta será a sua primeira aparição pública desde que fugiu do Japão.
Security guards stand outside the house said to belong to former Renault and Nissan chief Carlos Ghosn in the Lebanese capital Beirut. Ghosn is to hold a press conference in Lebanon today - the first by the fugitive since he fled Japan to escape trial for financial misconduct pic.twitter.com/G3FcLLlxrA
— AFP news agency (@AFP) January 8, 2020
Carlos Ghosn, antigo 'chairman' (presidente do conselho de administração) e presidente executivo do grupo Nissan e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, foi detido em Tóquio em 19 de novembro de 2018 por suspeita de abuso de confiança e evasão fiscal.
O empresário, que esteve detido durante vários meses no Japão, seria posteriormente libertado em março de 2019, após o pagamento de uma caução.
Seria novamente preso no início de abril e novamente libertado sob caução, mas sujeito a condições restritas (prisão domiciliária), no final desse mesmo mês.
Os advogados e a família de Carlos Ghosn, de 65 anos, têm criticado fortemente as condições da detenção do empresário, bem como a forma como a justiça nipónica tem gerido os procedimentos deste caso.
Ghosn chegou à Nissan em 1999 como presidente executivo para liderar a recuperação do fabricante, com sede em Yokohama, depois de ter oficializado uma aliança com a francesa Renault.
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