"Queremos mesmo aprofundar a cooperação com os clientes locais em conjunto com os bancos locais, quero mencionar especialmente isso, porque não desencorajamos os clientes locais a cooperar com empresas chinesas", disse Qi Xiao à Lusa, à margem do Seminário de Comunicação e Cooperação Financeira Internacional, organizado pelo Bank of China num hotel em Lisboa, no âmbito da iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma Rota".
Para 2020, o objetivo do Bank of China é "trabalhar para a internacionalização do renmimbi [moeda chinesa], para os 'panda bonds' [emissão de dívida em moeda chinesa], e também em alguns projetos em mercados terceiros", de acordo com o responsável.
O presidente da sucursal do Bank of China em Portugal afirmou ainda querer ser "um parceiro muito, muito próximo" dos bancos locais, e referiu que neste momento o seu maior parceiro é a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
"Durante a visita de Estado feita pelo presidente chinês Xi [Jinping] em dezembro de 2018, acordámos um memorando com a CGD, acerca da cooperação no negócio dos renmimbi [moeda chinesa], e para desenvolver mercados terceiros, especialmente os países africanos de língua portuguesa", explanou Qi.
Segundo o presidente do banco chinês, os seus atuais clientes estão no setor da energia (EDP e REN), no setor da água, nas infraestruturas, e na construção de autocarros, bem como em algum imobiliário.
No entanto, e questionado sobre se o Bank of China tem uma atividade significativa no setor dos vistos 'gold', em que é trocada uma autorização de residência por investimento, e em que muitos cidadãos chineses têm investido, Qi Xiao referiu que o montante em causa é "muito, muito pequeno" na instituição.