Seca não trava objetivo de Cabo Verde de chegar ao crescimento de 7%
O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia, defendeu hoje, na cidade da Praia, que o país tem condições para crescer, em termos económicos, a uma média anual superior a 7%, apesar da situação de seca prolongada.
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Economia Seca
O governante, que é também ministro das Finanças, reagia ao anuncio feito hoje pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que apontou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano de 6,2% no segundo trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2018.
"Se hoje crescemos a 6,2%, num contexto de três anos consecutivos de seca, e que têm impactado negativamente a dinâmica de crescimento da nossa economia, num cenário ligeiramente melhor estaríamos certamente a falar de um crescimento superior a 7%", afirmou Olavo Correia.
Aludindo à meta do Governo, de crescer a 7% ao ano, o vice-primeiro-ministro afirmou tratar-se de um cenário que ainda pode ser concretizado.
"O importante é continuarmos a acreditar que é possível. E o facto é que, mesmo neste cenário desfavorável, temos condições de colocar o nosso país a crescer a uma taxa superior a 7%", sublinhou.
Para tal, explicou, é necessária "uma melhoria substancial ao nível do ambiente de negócios", trabalho que garante estar a ser feito "todos os dias para que isso aconteça".
"Teremos todas as condições para fazer muito melhor que 6%. Entretanto, será preciso muito trabalho. Se trabalharmos todos, todos os dias, lá chegaremos", disse.
Segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do INE cabo-verdiano, divulgadas hoje, este crescimento de 6,2% é superior ao registado no primeiro trimestre do ano, que foi então de 5,2% em termos homólogos.
Estes números traduzem-se num crescimento económico médio nos dois primeiros trimestres de 5,7%, contra os 5% registados no ano de 2018, segundo os dados do INE.
As exportações de bens e serviços cresceram 8,5% no segundo trimestre, um aumento também face aos 8,0% do trimestre anterior, enquanto as importações caíram 4,0%, a primeira descida em vários trimestres.
De acordo com os indicadores do INE, o consumo privado aumentou 2,9%, em termos reais no segundo trimestre de 2019, ainda assim um abrandamento face à variação de 5,3% registada no trimestre anterior.
Já o consumo público apresentou uma taxa de variação homóloga negativa de 14,2%, quando tinha aumentado 20,8% no trimestre anterior, enquanto o investimento registou uma variação homóloga de 0,5% no segundo trimestre de 2019, contra a variação negativa em 11,4% nos três primeiros meses de 2019.
No final de julho, em entrevista à agência Lusa, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, afirmou que a perspetiva mais realista do Governo para este ano aponta para um crescimento económico de cerca de 6% do PIB.
Ainda assim longe da meta, assumida anteriormente, de 7% ao ano.
"O crescimento de 7% não é uma obsessão, é uma meta justificada porque precisamos de atingir esse valor de uma forma continuada para podermos duplicarmos, numa década, o rendimento 'per capita' dos cabo-verdianos", disse Ulisses Correia e Silva.
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