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Concluída cimeira sobre África com aviso sobre investimentos chineses

Os investidores estrangeiros em África devem ter cuidado para não sobrecarregarem os países anfitriões, disse hoje o primeiro-ministro japonês no encerramento da cimeira sobre África que decorreu em Tóquio, numa alusão aos gigantescos projetos chineses.

Concluída cimeira sobre África com aviso sobre investimentos chineses
Notícias ao Minuto

13:41 - 30/08/19 por Lusa

Economia Cimeira

"Ao prestar assistência a África, devemos levar em consideração o ónus da dívida do país que recebe essa ajuda e garantir que esse ónus não se torna excessivo", disse Abe durante uma conferência de imprensa de final da Cimeira Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (Ticad), que juntou mais de 50 países do continente, em Yokohama, nos subúrbios da capital japonesa.

Numa declaração final divulgada anteriormente, os participantes na cimeira, que é coorganizada pela ONU, o Banco Mundial e a União Africana, desde 1993, enfatizaram a importância de investimentos "acessíveis" e "de qualidade".

A China, que antecedeu o Japão, com sua própria conferência sobre desenvolvimento na África, já ultrapassou os montantes prometidos: de 60 mil milhões de dólares (54,2 milhões de euros) em novos fundos durante a cimeira China-África, no ano passado, exatamente o dobro dos compromissos assumidos na anterior, em 2016.

O projeto de infraestruturas 'Novas Rota da Seda', lançado em 2013 por Pequim para ligar a Ásia, Europa e África à China, foi acusado de favorecer empresas e trabalhadores chineses em detrimento das economias locais, de aumentar a dívida os países anfitriões e de ignorar os direitos humanos e o meio ambiente.

"Se os países parceiros estão profundamente endividados, isso dificulta os esforços de todos para entrar no mercado", disse Abe nesta quinta-feira aos líderes africanos.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, reagiu rapidamente, defendendo Pequim e considerando tratar-se de uma "especulação irracional".

Abe aproveitou a oportunidade da cimeira para promover modelos de financiamento e seguros de instituições japonesas apoiadas pelo governo japonês, que privilegiam investimentos de "qualidade".

Nos próximos três anos, o Japão também prevê formar especialistas em risco financeiro e gestão de dívida pública em 30 países da África em risco financeiro, disse Abe.

Tóquio prefere destacar-se mostrando disponibilidade para acompanhar os investimentos com o "desenvolvimento de recursos humanos", nas palavras usadas por um diplomata encarregado da Ticad.

"O Japão lançou o processo Ticad em 1993 e, desde então, continua a apoiar o desenvolvimento centrado no ser humano, respeitando a iniciativa africana. A ideia de que os recursos humanos estão no centro do desenvolvimento, é a experiência dos japoneses", disse hoje Abe, em resposta a uma pergunta sobre a particularidade dos investidores japoneses em comparação com os da China, Europa ou Estados Unidos.

A sétima edição da Ticad, que decorreu durante três dias, centrou-se no investimento do setor privado e não na ajuda pública ao desenvolvimento.

Por exemplo, um acordo preliminar foi assinado quinta-feira entre o governo da Costa do Marfim e a gigante japonesa de automóveis Toyota para a possível criação de uma fábrica de montagem de veículos naquele país africano, mas o projeto não foi detalhado.

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