"Acredito que estamos mesmo na reta final. Queremos que seja um concurso espetacular. Na terceira semana de julho aprovamos o caderno de encargos para lançar o concurso de imediato", disse Eduardo Vítor Rodrigues que falava aos jornalistas no final de uma reunião do CmP.

Já durante a sessão, perante os autarcas da AMP, disse que "este é talvez o tema mais importante dos últimos 50 anos", tendo pedido aos responsáveis camarários "compreensão" se vier a ser necessário "marcar na segunda quinzena de julho uma reunião de urgência".

Em causa o concurso internacional que visa substituir as concessões em vigor em vários concelhos até dezembro, um procedimento concursal relativo ao contrato de serviço público de transporte rodoviário de passageiros na AMP que tem como horizonte temporal os próximos sete anos.

"Não é que isto nos legitime, mas o constante adiamento tanto nosso, como de Lisboa, mostra a complexidade de todo o procedimento. O processo negocial demorou, mas foi importante porque chegamos todos [os municípios] à conclusão que queremos todos uma rede mais fortalecida, mas isto implica uma comparticipação. A revisão da rede atrasou o procedimento e há temáticas jurídicas a limar", descreveu Eduardo Vítor Rodrigues.

O também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia admitiu que uma das dificuldades neste processo foi a definição de lotes, exemplificando que "fica difícil de explicar que o lote de Gaia/Espinho tem de ser autónomo em relação a Santa Maria da Feira", mas que isso, vincou, "não implica que os autocarros de Santa Maria da Feira não vão a Espinho ou a Gaia".

"Os lotes servem apenas para definir a comparticipação financeira. Não são sub-territórios dentro da AMP", disse o presidente do CmP.

Este concurso prevê a uniformização da frota numa marca única para os 17 concelhos, bem como a uniformização da bilhética e das tarifas, bem como uma diminuição gradativa da idade média da frota ao longo dos sete anos da concessão que começa nos 14 anos e termina nos oito anos.

Eduardo Vítor Rodrigues apontou esta manhã que o custo da uniformização gráfica dos autocarros será imputado às empresas e, sublinhando que este é "um processo muito complexo", recordou que "quanto mais for esticada a geração de motores, mais impacto há no custo/quilómetro".

Depois de aprovado, o procedimento será remetido à AMT -- Autoridade da Mobilidade e dos Transportes para verificação e aprovação.

Com a referência a julho, a AMP falha a sua previsão para a conclusão do concurso público uma vez que Eduardo Vítor Rodrigues acreditava que ia ser lançado em abril, conforme anunciou na reunião extraordinária de 15 de março, numa sessão em que também explicou que a adjudicação da rede poderia não ser feita em dezembro, data em que termina a atual concessão.