"O trabalho nesta área está suspenso desde finais de janeiro quando os acontecimentos políticos deram origem a questões sobre o reconhecimento do governo", adiantou um porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI) em comunicado enviado à Efe.
O responsável adiantou que, até então, a instituição liderada por Christine Lagarde tinha estado "em contacto com as autoridades venezuelanas no âmbito da obrigação de todos os países membros apresentarem informação económica precisa e oportuna".
O FMI reforçou em março que ainda aguardava a opinião dos países membros relativamente ao reconhecimento do governo da Venezuela, depois de o líder da oposição Juan Guaidó se ter autoproclamado, em finais de janeiro, presidente interino perante o que considera ser "usurpação" do poder por parte de Nicolas Maduro.
Guaidó recebeu o apoio dos governos de mais de 50 países, incluindo os Estados Unidos, o Canadá e a maioria dos países da América Latina, enquanto a China e a Rússia mantêm o reconhecimento de Nicolas Maduro.
O banco central da Venezuela quebrou, entretanto, o silêncio que manteve durante mais de três anos e informou na terça-feira que a inflação do país atingiu os 130.000% em 2018, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma contração de 22,5% no último trimestre do ano passado.
Os dados publicados pela instituição confirmam o processo de hiperinflação que a Venezuela atravessa, mergulhada numa profunda crise económica apesar de possuir as maiores reservas de petróleo do mundo.
"A publicação destes dados sobre o PIB e a inflação foi realizada pelas autoridades por sua iniciativa própria. Não podemos dar uma opinião sobre a qualidade dos dados, uma vez que não temos tido a oportunidade de fazer uma avaliação completa devido à ausência de contactos com as autoridades", concluiu o porta-voz do FMI.
Segundo as previsões do Fundo, a economia venezuelana deve registar uma quebra de 25% em 2019.