Portugal vai absorver parte do aumento das trocas de gás entre EUA e UE
Portugal é um dos cinco países da União Europeia (UE) com maior ligação aos Estados Unidos no transporte de gás natural liquefeito, devendo absorver "boa parte" do aumento das trocas comerciais previstas para o setor, estimou hoje o Governo.
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"Nós estamos no 'top' cinco das ligações dos Estados Unidos com a Europa. Portanto, boa parte desse crescimento [previsto para o comércio de gás natural liquefeito] será, com certeza, absorvido por Portugal", afirmou a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
A governante falava aos jornalistas em Bruxelas no final de um fórum de energia de alto nível sobre o transporte marítimo de gás natural liquefeito (GNL) entre a UE e os Estados Unidos.
Segundo Ana Paula Vitorino, a contribuir para este resultado de Portugal está o porto de Sines, que "é muito importante nesta matéria e que recebeu o primeiro fornecimento de GNL vindo dos Estados Unidos" para a Europa, em 2016.
Através desta infraestrutura, Portugal consegue disponibilizar "utilização sustentável, do ponto de vista ambiental e financeiro, para o transporte do GNL", notou a responsável.
O fórum hoje realizado em Bruxelas -- e no qual participaram o comissário europeu para a Energia, Miguel Arias Cañete, e o secretário de Estado da Energia dos Estados Unidos da América, Rick Perry -- visou discutir formas de aumentar o comércio de GNL entre estas partes.
"Aquilo que nos propomos fazer, uma vez que não há dinheiro nem tempo para todos os países da Europa andarem a construir 'pipelines' em terra [...], é a reexportação do gás natural liquefeito através de 'pipelines' virtuais [sem conduta] que são construídos por embarcações", referiu Ana Paula Vitorino.
Portugal está, inclusive, a desenvolver projetos com outros países da UE para o transporte de GNL, nomeadamente com a Polónia.
"Temos um projeto já a começar a ser concretizado que é com a Polónia, de termos dois portos ligados, o de Sines e o porto principal deles", realçou a ministra do Mar.
Para a Polónia, o projeto permite criar "uma alternativa relativamente ao fornecimento da Rússia, e que permite fazê-lo com uma redução substancial do número de emissões de ácido sulfúrico, partículas e de dióxido de carbono [...] e com um custo de transporte que é menos de metade do que são as referências internacionais", apontou.
Já para Portugal, o projeto representa "mais movimentação para o porto de Sines, o que quer dizer mais receita, mais emprego", ao mesmo tempo que envolve o setor empresarial português, precisou a responsável.
De acordo com Ana Paula Vitorino, Portugal está ainda a "analisar a hipótese de fazer outras ligações com outros países, nomeadamente com a Hungria".
Segundo dados de Bruxelas, espera-se que o comércio de GNL entre a UE e os Estados Unidos cresça mais de 100 mil milhões de metros cúbicos entre 2017 e 2023, passando de um total de 391 mil milhões de metros cúbicos para 505 mil milhões de metros cúbicos.
Os Estados Unidos são o maior produtor mundial de GNL, sendo também o maior consumidor, seguido pela UE.
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