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Borofeno, a nova estrela do universo dos 'materiais-maravilha'

O universo dos novos materiais ganhou uma nova estrela, o borofeno, que promete destronar o grafeno como a grande promessa para materiais à escala atómica ultra-resistentes e flexíveis e com propriedades químicas e físicas inéditas.

Borofeno, a nova estrela do universo dos 'materiais-maravilha'
Notícias ao Minuto

18:02 - 05/04/19 por Lusa

Economia Semelhanças

Ainda o grafeno - material semelhante à grafite dos lápis, mas que permite a construção de estruturas, como tubos ou esferas, com paredes com apenas um átomo de espessura - não concretizou muitas das inovações prometidas, desde uma variedade de materiais até agora inexistentes dada a sua resistência e flexibilidade, até uma revolução na indústria dos 'chips' para processadores, em virtude das suas propriedades eletrocondutoras e já os cientistas manifestam entusiasmo pelas potencialidades da nova adição ao admirável mundo novo dos materiais, criada a partir do elemento químico Boro (símbolo B e número atómico 5).

Investigadores da universidade chinesa de Xiamen, liderados pelo físico e especialista em ciência dos materiais Zhi-Qiang Wang, divulgaram hoje uma análise das propriedades do borofeno - que se apresenta, como o grafeno, em películas com apenas um átomo, de Boro, de espessura - em que concluem que o novo material pode dar origem a uma nova geração de baterias, muito mais potentes que as atuais à base de iões de lítio, pode permitir avanços na química pelas suas novas propriedades de catalisador e pode fazer avançar a física pelas suas capacidades de deteção de átomos e moléculas.

O trabalho dos cientistas chineses é citado pelo boletim 'MIT Technology Review' (MIT-TR), do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT) nos Estados Unidos.

De acordo com o MIT-TR, o borofeno foi sintetizado pela primeira vez em 2015, depois de a sua existência ter sido teorizada pala primeira vez em 1990 através de simulações de computador que demonstraram a possibilidade de os átomos de Boro se agruparem numa estrutura hexagonal (como um favo de mel) com apenas um átomo de espessura.

Desde então equipas de cientistas dedicaram-se a analisar as suas propriedades, concluindo que o borofeno é mais forte e mais resistente que o grafeno, é bom condutor tanto de eletricidade como de calor e tem também propriedades de supercondutor (estado da matéria em que a resistência à condução de energia é quase nula) dependendo da orientação da estrutura da película formada pelos átomos, o que torna o novo material "programável", uma das propriedade consideradas mais entusiasmantes pelos químicos.

O borofeno - que é sintetizado através do processo químico de deposição de vapor, em que átomos de boro em estado gasoso são depositados por condensação sobre uma superfície fria de prata pura - tem também, segundo os investigadores da universidade de Xiamen, "excelente condutividade eletrónica e propriedades de transporte de iões fora do comum", que o tornam superior a outros materiais usados para armazenar energia em baterias.

O novo material promete também avanços na tecnologia de armazenamento de hidrogénio dada a facilidade com que a estrutura do borofeno captura átomos de hidrogénio e a vasta superfície de armazenamento que a espessura de apenas um átomo permite. O boletim MIT-TR cita estudos teóricos que postulam que o borofeno poderá armazenar hidrogénio equivalente a mais de 15% do seu peso, uma capacidade muito superior à atualmente conseguida com outros materiais.

Outra potencialidade do novo material que os investigadores consideram muito promissora resulta das propriedades de catalisador em reações envolvendo hidrogénio e oxigénio, incluindo a separação da água em iões dos dois elementos de que é composta, o que poderá permitir o desenvolvimento de tecnologia de obtenção de energia a partir da água

Apesar de todas as promessas, os investigadores fazem questão de ressalvar que o borofeno, difícil de produzir em grandes quantidades e muito suscetível à oxidação, é ainda apenas uma criação de laboratório, com muito caminho a fazer até ter aplicações em escala industrial, mas potencialidades suficientes para que os cientistas comecem a encará-lo como o novíssimo 'material-maravilha'.

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