"A adesão é praticamente de 100% e os comboios estão a circular sem refeições", disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, Francisco Figueiredo, lembrando que a empresa já retirou da sua proposta "o não pagamento do trabalho em dia feriado e do subsídio noturno, assim como o não pagamento de despesas de adaptabilidade".
Os trabalhadores "não aceitam" que a empresa "tenha reduzido o valor mensal pago no subsídio de alimentação, de 22 para 20 dias", conforme determina o Acordo de Empresa, e "não pague" o subsídio de alimentação nas férias dos funcionários.
Francisco Figueiredo referiu ainda que os trabalhadores consideram "manifestamente insuficiente" o aumento salarial de 1,5% e lembrou que se aceitassem a proposta, incluindo as matérias ligadas ao subsídio de alimentação, "viam o seu salário reduzido ao fim do mês".
A greve não tem uma data para terminar, tendo Francisco Figueiredo dito que, a cada dia, os trabalhadores vão decidir se continuam com o protesto, pelo que na terça-feira haverá um plenário na estação ferroviária de Campanhã, no Porto.
A administração "já fez saber", de acordo com o dirigente sindical, que "não negoceia enquanto a greve se mantiver".
Na última reunião de negociações do Acordo de Empresa, a 22 de março, a empresa Almeida & Cadima, que pertence à LSG Group (Lufthansa), propôs um aumento salarial de "apenas 1,5%" que foi rejeitado pelos trabalhadores por ser "manifestamente insuficiente" face aos baixos salários que são pagos, disse o dirigente sindical.
Esclareceu ainda que a empresa "reduziu em dois dias o subsídio de alimentação mensal", passando-o para 20 dias, e "não paga" o subsídio de alimentação nas férias dos trabalhadores, na ordem dos 146 euros, e que estes antes recebiam.
"Os trabalhadores estão contra pois o aumento salarial, que já é pequeno, é comido pelos 'roubos' que a empresa quer fazer", referiu o dirigente sindical.
A empresa e os representantes dos trabalhadores têm agendada para sexta-feira uma reunião que tinha sido marcada antes do início da greve.
A sociedade Almeida & Cadima, Ld.ª é a empresa que desde dezembro de 2018 explora o serviço de refeições dos comboios Alfa Pendular e Intercidades.