Alteração da ordem das audições "não pode ter impacto sobre a verdade"
O presidente da EDP desvalorizou hoje a alteração ao calendário de audições da comissão de inquérito parlamentar às rendas aos produtores de eletricidade, considerando que "a alteração da ordem não pode ter impacto sobre a verdade dos factos".
© Global Imagens
Economia António Mexia
Questionado pelo deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira sobre ter direito a uma "grelha especial" e quais as razões que terão levado o antigo secretário de Estado Jorge Seguro Sanches a pedir para ser ouvido só depois, António Mexia disse que não fazia "a mínima ideia" das suas razões, e agradeceu a "paciência" dos deputados perante uma intervenção inicial de uma hora e 17 minutos.
Na reunião da mesa e coordenadores da comissão parlamentar de 14 de fevereiro, o BE propôs uma alteração ao calendário previsto para que a audição do antigo secretário de Estado da Energia Jorge Seguro Sanches -- e, consequentemente, do antigo ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral - acontecesse só depois da do presidente da EDP.
"Só gostava é que a verdade dos factos não dependesse da ordem da audição. Tenho a certeza que essa alteração da ordem não pode ter impacto sobre a verdade dos factos [...]. Tenho a certeza que garantirão que a ordem das parcelas não altera a soma dos contribuintes", declarou António Mexia, referindo que "se alguém considerar útil" está disponível para voltar a ser ouvido na comissão.
"Estou totalmente disponível para cá voltar se acharem que a sequência exige esse debate", reforçou o gestor, que lidera a EDP desde 2006 e que em abril de 2018 foi reconduzido a um quinto mandato.
As alterações no calendário de audições da comissão de inquérito às rendas excessivas, propostas pelo BE e aprovadas pelo PS e PCP, foram então criticadas pela direita, com o PSD a acusar a maioria de fazer "um frete".
À agência Lusa, o deputado bloquista Jorge Costa justificou então esta proposta com a necessidade de "os trabalhos da comissão se encerrarem não apenas com os titulares da pasta governativa em funções (como previsto antes da remodelação), mas com todos os titulares da pasta no governo em funções, incluindo Seguro Sanches e Caldeira Cabral".
O PSD e CDS-PP votaram contra esta proposta de alteração na reunião de mesa e coordenadores.
Antes desta alteração estava agendado que as duas audições aos antigos governantes Seguro Sanches e Caldeira Cabral tivessem lugar na semana passada, seguindo-se António Mexia (hoje) e Luís Amado (presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP), que será ouvido na quarta-feira.
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