Trabalhadores do Montepio preocupados esperam melhoria de resultados
A Comissão de Trabalhadores (CT) do Montepio está preocupada com a estabilidade do banco, segundo um comunicado interno, em que diz ainda que espera melhorias nos resultados.
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No comunicado a que a Lusa teve acesso, a Comissão de Trabalhadores refere-se às "sucessivas alterações" nos corpos sociais do Banco Montepio para afirmar que estão "particularmente preocupados com a estabilidade da qual depende em parte o resultado líquido anual".
A CT diz que os funcionários aguardaram pelas mudanças "na expetativa de um significativo incremento e mais-valia dos resultados", de forma a que o banco "se mantenha sustentável" e possa aumentar a distribuição de lucros ao seu acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral, para "continuar a sua função social", mas também premeie os trabalhadores, "pela força do seu trabalho, empenho e dedicação à instituição".
Em 12 de fevereiro, Dulce Mota assumiu a presidência executiva do Banco Montepio, substituindo Carlos Tavares que passa a presidente não executivo ('chairman').
A gestora assumiu em janeiro a vice-presidência do banco, vinda do ActivoBank/BCP, e passa agora a presidente de forma interina, o que significa que de futuro poderá haver novamente mudanças.
Já Carlos Tavares (ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e que foi ministro da Economia no governo PSD/CDS-PP de Durão Barroso) passa a 'chairman', acabando assim com a acumulação de cargos que durava há quase um ano, a qual o Banco de Portugal (BdP) já tinha avisado que não podia continuar.
A escolha dos responsáveis máximos do Montepio foi um processo difícil que decorreu nos últimos meses.
Em agosto passado foi noticiado que o grupo Montepio enviou para o BdP um pedido provisório de avaliação da idoneidade de Álvaro Nascimento para presidente não executivo ('chairman').
Contudo, o professor da Universidade Católica e ex-presidente não executivo da Caixa Geral de Depósitos (2013 a 2016) não teria o apoio de Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (dona do Banco Montepio), depois de ter sido conhecido que criticou a gestão da mutualista.
Já no final do ano passado foi noticiado que João Ermida foi proposto para 'chairman' do Montepio.
Segundo o jornal Público, que avançou Dulce Mota como presidente, o Banco de Portugal não concedeu o registo de idoneidade a João Ermida por não cumprir o critério de ter experiência recente na atividade bancária, uma vez que nos últimos dez anos não esteve diretamente a trabalhar na banca.
O pedido de autorização de João Ermida para 'chairman', junto do Banco de Portugal, foi substituído por um pedido de autorização para exercer a função de administrador não executivo.
O Banco Montepio ainda não apresentou os resultados de 2018. No primeiro semestre do ano passado teve lucros de 15,8 milhões de euros, mais 21,1% face ao mesmo período de 2017, ajudado pela queda das provisões para crédito malparado.
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