“Medidas deste tipo, que permitam pagamentos faseados, são sempre bem-vindas", para que as empresas possam sobreviver. (…) Independentemente do formato, parece-me ser uma via positiva para ajudar a economia”.
Foi desta forma que o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, contactado pela Renascença, reagiu à proposta do Governo, que permite às empresas pagarem dívidas às Finanças e à Segurança Social de forma faseada.
Para o dirigente, trata-se de uma medida que compensa a “baixa da actividade económica” e o “aumento da carga fiscal”, que aumentará a receita do Estado e constituirá um elemento positivo para a actividade económica em geral.
O presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), José Eduardo Carvalho, partilha da opinião e considera que “era impossível continuar com esta hemorragia de empresas e com este descalabro”.
“Isto não pode continuar mais tempo. Ainda ontem tive acesso a uns dados em que as empresas que cessaram actividade são 180 mil desde Janeiro de 2008”, lamenta o economista, ao mesmo tempo que lança uma sugestão: “A prorrogação dos prazos de amortização dos empréstimos PME Crescimento era uma boa medida para criar condições para que as empresas que sobreviveram a este ajustamento tivessem condições para crescer”.
A proposta irá a Conselho de Ministros na quinta-feira, segundo a Renascença, e terá efeitos orçamentais ainda este ano.
Com isto, o Estado pretende alcançar uma receita extraordinária que ajudará a atingir a meta do défice de 5,5%.