Rui Patrício, Bruno Fernandes, Gelson Martins ou Bas Dost são alguns dos nomes mais acarinhados na plateia de Alvalade, porém, mais recentemente, um novo nome começou a ser ‘gritado’ com maior entusiasmo cada vez que vai a jogo. Falamos de... Rafael Leão.

O extremo português tem apenas 18 anos, todavia já contabiliza quatro jogos como sénior. A verdade é que a ascensão da nova ‘coqueluche’ verde e branca não foi fácil. Quando tinha apenas 15 anos, o menino Leão era um rapaz já dotado de muito talento, mas ‘ingenuamente’ acreditava que isso bastava. Quem o diz é Pedro Venâncio, o treinador que o orientou nos iniciados do Sporting na temporada de 2012/2013, num exclusivo ao Desporto ao Minuto .

“No meu ano de iniciados não foi um jogador muito utilizado (contabilizou apenas três jogos e um golo). Sabíamos que tinha um talento diferente dos outros, mas não era muitas vezes opção. Passou a jogar com maior regularidade quando subiu aos juvenis. Tivemos de mudar a sua postura no treino, incutir-lhe espírito de trabalho, porque ele pensava que o talento chegava. Foi fundamental dizer ao Rafael Leão que não bastava ter talento para ser titular da equipa”, começou por dizer Pedro Venâncio, relembrando que com o passar dos anos o extremo foi apurando o seu nível de maturidade.

“Estes miúdos, com 14 e 15 anos, só gostam de absorver determinadas coisas e muitas das vezes temos de relembrá-los da necessidade de trabalhar. E o Rafael Leão apercebeu-se que não bastava ter talento e o facto de estar, agora, a jogar com jogadores profissionais ajudou-o bastante a crescer. Foi preciso recordá-lo, várias vezes, que era necessário trabalhar mais”.

Mas a carreira de Rafael Leão promete ser auspiciosa: “O talento dele ainda necessita de ser aperfeiçoado, porque ele ainda tem muito para evoluir, todavia acredito piamente que vai ter uma carreira brilhante. Uma das caraterísticas que o Rafael Leão tem, à semelhança do Paulo Futre, é o fato de ser um jogador que não tem medo de ter a bola e de ir para cima dos defesas. Muitas das vezes ele vai sofrer contacto físico e vai ser castigado com faltas duras, mas é um jogador que não vira as costas ao jogo e vai para cima do oponente. Ele é um atleta esguio, que muda facilmente de direção e consegue ir facilmente com a bola controlada para qualquer zona do relvado”, reconheceu o treinador e também antigo defesa central dos leões entre 1982/83 e 1991/92.

Rafael Leão foi ‘arma’ fundamental para a última vitória alcançada pelo Sporting no campeonato, assistindo Gelson Martins para o único golo da partida, já nos descontos. O ‘menino’ de 18 anos dá boas indicações com a camisola dos ‘graúdos’ e corre o sério risco de ser titular diante do FC Porto, esta sexta-feira.

“No Dragão ele será uma incógnita: ele pode soltar-se, apesar da responsabilidade de ser o primeiro clássico como sénior. Acredito que ele não vai ter medo de ter a bola, porque para ele a bola é um brinquedo. Para o Leão receber uma bola é como entregar o rebuçado a uma criança. Ele gosta do que faz e o esférico nos pés dele torna-o num homem feliz”.

A felicidade pode ser alcançada no Dragão e pode mesmo representar a oportunidade de uma vida: “Estes miúdos precisam de ter oportunidades. O azar do Bas Dost (lesionado), do Gelson (castigado) e do Doumbia (que se apresenta limitado com estado febril) pode ser a sorte do Leão”.