O dia de hoje, 10 de julho, passou a ser um dia muito especial para todos os portugueses que se deslumbram com o desporto rei, isto porque, faz extamente um ano que Portugal venceu o troféu mais importante da sua história… o Europeu de futebol.
Numa noite memorável, Éder entrou nos últimos instantes do prolongamento da final para marcar o golo de ouro diante de França, dando assim uma ‘chapada’ de luva branca a todos aqueles que o criticaram, por fazer parte da convocatória de Portugal para o Europeu 2016.
Com uma boa temporada ao serviço do Lille (marcando 6 golos nos 14 jogos que disputou) e com a conquista europeia, o avançado de 29 anos atingiu o auge da sua carreira desportiva... porém as coisas tiveram um destino diferente passado um ano.
Do Olímpo do futebol ao mero mortal
No seu segundo ano no campeonato francês, as coisas foram complicadas para o português que, devido à fresca memória do golo de ouro na final do Euro, foi assobiado e criticado por parte dos adeptos e comunicação social francesa, que não perdoaram a sua ‘brincadeira de mau gosto’ a 10 de julho de 2016.
Olhando para os números, na segunda época, o atacante lusitano realizou 37 jogos - num total de 2843 minutos - e as redes da baliza adversária abanaram apenas por sete ocasiões. Com a escassez de remates certeiros, a sua situação em França piorou, sendo que seu futuro na antiga Gália tornou-se cada vez mais hipotético.
Contudo, o Desporto ao Minuto procurou aprofundar o assunto e decidiu questionar alguns dos seus antigos companheiros de equipa - João Dias e Diogo Valente - para tentar perceber mais detalhadamente o porquê do insucesso de Éder no campeonato francês, depois de um ano formidável na carreira do jogador.
Para João Dias, antigo companheiro de Éder na Académica em 2011/12 e atual defesa do Sp. Covilhã, o avançado de 29 anos "não passou de herói para vilão, sim ele atingiu o auge com o Europeu, mas já nessa temporada ele tinha feito uma temporada tranquila ao serviço do Lille e este ano não esteve mal, ele fez vários jogos pelo clube. Penso que foi uma época normal. Se calhar por não ter sido convocado para a Taça das Confederações é que ele recebeu o rótulo de vilão, mas acho que é um exagero".
No entanto pelo que sabe, Diogo Valente, ex-companheiro e amigo do internacional português que atualmente veste a camisola do Oliveirense, é "que de França houve muita pressão por parte dos franceses… na minha ótica pelo golo que marcou e que valeu o Europeu a Portugal penso que o Éder esteve no campeonato errado. O mau ambiente que se vivia à volta dele acabou por influenciar em muito o seu rendimento".
Foi a vez do 'Sr. Engenheiro' deixar a 'arma secreta' em casa
Para além da temporada atribulada na Ligue 1, o jogador oriundo da Guiné-Bissau não foi convocado pelo 'Sr. Engenheiro' Fernando Santos para a Taça das Confederações, terminando assim o calendário futebolístico na 'maré baixa'.
Escolha que na ótica do veterano Diogo Valente não foi a mais correta, "penso que foi injusto não ter sido convocado para o torneio. Ele pode não ter acabado a época na máxima força mas acho que pelo o que já fez pela seleção deveria ter sido chamado".
Uma decisão que diz ter deixado o jogador português "triste", isto porque "o Éder tinha vindo a ser convocado para a seleção e pelo importante golo que marcou ao serviço da equipa das quinas pensava que seria chamado".
Já João Dias não se alongou muito sobre o assunto e referiu que "se o Éder fosse, poderia ser uma mais-valia na Taça das Confederações".
Presente 'cinzento' a pensar num futuro de 'rendição'
Agora que a temporada chegou ao fim e o mercado de transferências está rubro, Éder procura um novo destino para ganhar novo brilho nos olhos e voltar a brilhar nas quatros linhas.
Nas últimas semanas tem sido avançado que o internacional português tem despertado o interesse do campeão turco, o Besiktas, um rumor que tem deixado Diogo Valente bastante satisfeito. Tendo já jogado no campeonato turco, acredita que "o Besiktas seria o clube ideal para o Éder". "Os adeptos na Turquia são muito fervorosos e podem dar ao Éder a confiança que ele precisa neste momento".
Apesar da equipa do antigo império Otomano "ser ideal para Éder", o ex-colega do jogador português considera que o destino perfeito seria mesmo a Inglaterra, "ele é um jogador com muita força física, muito explosivo e ainda tem a ambição em voltar um dia ao campeonato inglês, ou seja, seria perfeito para o Éder".
Quanto a João Dias, o goleador da final do Europeu apenas precisa de "receber apoio por parte dos adeptos e treinador e acabará por conseguir mostrar o seu valor. Já quando trabalhei com ele fosse que clube fosse, o Éder mostrava sempre a mesma ambição e trabalho".
Em tom conclusivo, abordou ainda as críticas de que Éder tem sido alvo no último ano, afirmando que "as pessoas gostam muito de criticar, têm de arranjar sempre alguém para o fazer, mas penso que todas as críticas que o Éder foi alvo durante o Europeu foram respondidas da melhor maneira… através do seu golo diante de França, na final. Infelizmente, as críticas continuam mas penso que ele trabalhará ainda com mais forças e voltará a dar uma resposta à altura a todos os seus críticos".