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"Jogadores do Chaves até podiam jogar no Benfica. Basta uma oportunidade"

Em declarações exclusivas ao Desporto ao Minuto, Álvaro Magalhães recordou os seus tempos enquanto treinador do Chaves e até aconselhou José Mourinho sobre a forma como deve abordar o jogo da Taça de Portugal, frente aos transmontanos.

"Jogadores do Chaves até podiam jogar no Benfica. Basta uma oportunidade"

© Getty Images

Davide Rodrigues Araújo
16/10/2025 07:06 ‧ há 5 horas por Davide Rodrigues Araújo

Desporto

Exclusivo

A deslocação do Benfica a Chaves ocorre já esta sexta-feira, num jogo que poderá ser traiçoeiro para os pupilos de José Mourinho. Numa partida referente à terceira eliminatória da Taça de Portugal, as surpresas podem acontecer e acabar com o objetivo do clube da Luz em conquistar a prova rainha.

 

Mas há quem vá mais além nas previsões do encontro, já que considera que o Chaves é uma equipa compacta e aguerrida, que irá dar tudo para vencer o jogo frente ao Benfica.

Em declarações exclusivas ao Desporto ao Minuto, Álvaro Magalhães recordou os seus tempos enquanto treinador do Chaves e deu um conselho a José Mourinho sobre a forma como deve abordar o jogo da Taça de Portugal.

"Acho que José Mourinho tem de respeitar muito o Chaves. Tem de colocar a melhor equipa. É um conselho. É a experiência que me diz, como jogador e como treinador. Há valores bons na II Liga. O Chaves tem uma equipa que é construída para subir de divisão, por isso são jogadores que estão entre a I e a II Liga. Não há jogadores de II Liga nem de I Liga. É dentro do campo que se vê quem é o melhor, quem é superior. Portanto, José Mourinho não pode faltar ao respeito ao Chaves, porque pode ser surpreendido", começou por dizer o antigo jogador.

"Se o Benfica não entrar nesses jogos com equipas de escalão inferior, mas que têm valor para jogar na I Liga - e pode haver os jogadores do Chaves que podem jogar até no Benfica, é uma questão de oportunidade e de agarrar, isto é lógico e temos de ser realistas - pode ser surpreendido. O Chaves não vai facilitar, porque o Chaves é uma equipa que se reforçou com jogadores de alta qualidade para subir de divisão e quando tem equipa para subir de divisão, também tem equipa para se manter na I Liga", continuou, antes de abordar a polémica da viagem longa de Lisboa a Chaves.

Viagem longa foi tema de conversa por parte do Benfica

Mário Branco, diretor geral de futebol, assinalou logo após o sorteio desta eliminatória da Taça de Portugal, a dificuldade acrescida de defrontar o Chaves, adversário que milita na II Liga, em Trás-os-Montes a poucos dias antes de rumar a Inglaterra para defrontar o Newcastle, para a Liga dos Campeões, referindo mesmo que "é uma deslocação também longa, são praticamente mil quilómetros, ida e volta".

"Não podemos vir com desculpas da viagem, porque o Benfica tem condições financeiras para os jogadores irem de avião até ao Porto e depois de autocarro, e a estrada é boa. Antigamente era difícil. Agora, para chegar a Chaves, já se chega com facilidade porque há autoestrada até lá. Portanto, não há esse problema. Antigamente era mais complicado. Agora não. Agora o cansaço é menor e, portanto, não vão por aí", confessou Álvaro Magalhães.

Chaves ainda sem derrotas

O início da temporada 2025/26 do Chaves tem sido praticamente imaculado, com sete jornadas decorridas na II Liga e ainda sem conhecer o sabor da derrota, algo que os deixa na quarta posição da tabela classificativa, com 13 pontos somados. Para o antigo jogador do Benfica, isto terá peso no encontro.

"Os próprios jogadores estão motivados quando jogam contra equipas diferentes, como o caso de um Benfica, Porto ou Sporting, e vão buscar a força onde elas não existem", assumiu.

Álvaro Magalhães é perito em surpreender na Taça de Portugal, principalmente quando o Sporting é o adversário. Aconteceu pela primeira vez quando estava no comando técnico do Gil Vicente, na temporada 1998/99, onde acabou por conquistar a II Liga, dobrando a 'dose' quando guiou a antiga Naval 1.º Maio às meias-finais da competição, em 2002/03, quando estava no segundo escalão nacional.

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"O Benfica, mesmo no campeonato, quando joga contra estas equipas em que à partida é favorita, tem de vestir o 'fato-macaco' nestes jogos. Principalmente nos jogos da Taça. Tenho experiência como treinador. Na II Liga, eliminei equipas superiores. Eliminei o Sporting por duas vezes. E, portanto, não se pode deixar de respeitar uma equipa que joga na II Liga. Porque há valores também individuais e coletivos muito fortes. Às vezes aparecem as surpresas na Taça de Portugal", relembrou, falando depois da cidade e da sua passagem pelo clube transmontano.

Este cenário é acentuado pela história que o Benfica tem a jogar em Chaves, tendo já perdido em quatro ocasiões em Trás-os-Montes, a última delas em abril de 2023, quando Issah Abass colocou as bancadas em festa, com um golo da vitória ao minuto 90+4.

"Chaves é uma cidade em que a maioria dos adeptos é benfiquista, mas defendem muito o clube da terra. Eu tive o prazer de jogar muitas vezes contra e de treinar o Chaves, e fiquei muito feliz de representar este clube enquanto treinador. É um adversário aguerrido, em que a equipa do Benfica tem de estar muito concentrada, porque fazem uma grande preparação para este jogo, além da qualidade dos jogadores", disse o ex-treinador adjunto dos encarnados, que foi também treinador principal do emblema de Trás-os-Montes.

"Há muita garra, muita determinação, um espírito de sacrifício. Isto é o povo de Trás-os-Montes. Trabalham muito e, portanto, é uma equipa que trabalha. E é sempre um adversário a ter em conta quando se joga especialmente em Chaves. Agora, o Benfica tem todas as condições para ganhar. Tem valores individuais e coletivos muito superiores aos do Chaves", prosseguiu, antes de deixar um aviso às águias.

"O Benfica tem objetivos na Taça de Portugal, no campeonato e na Liga dos Campeões. Portanto, são três competições que o Benfica está inserido e que tem de lutar sempre pelo melhor resultado. Uma derrota neste jogo para a Taça de Portugal é um fracasso monumental no Benfica. Portanto, dou um conselho: não facilitar. Porque quem facilita nestes jogos pode ter uma surpresa. E se o Chaves surpreender, não me admira nada porque é uma equipa que tem valores individuais e coletivos muito bons e o Benfica, em todos os jogos que vai ter com equipas mais pequenas, tem de vestir o 'fato-macaco'", atirou Álvaro Magalhães.

Calendário benfiquista apertado até ao fim de outubro

Tudo começa no jogo de amanhã, sexta-feira, frente ao Chaves para a Taça de Portugal, mas o plantel de José Mourinho não vai parar até ao final do mês de outubro.

Com a viagem até Inglaterra a dia 21 parra defrontar o Newcastle na Liga dos Campeões, a receção ao Arouca para a I Liga, no dia 25, que também ficará marcado pelas eleições presidenciais do clube da Luz, o calendário quase quinzenal dos encarnados só termina com a receção ao Tondela, a contar para a Taça da Liga, a dia 29 de outubro.

No entanto, o ex-atleta do emblema das águias não é da opinião que uma rotação intensiva deverá ser feita nesta sequência importante de jogos para as quatro competições em que estão inseridos nesta temporada.

"O Benfica tem de ir de igual forma para todos os jogos. Não pode desrespeitar nenhuma equipa. Há objetivos. É o campeonato, a Taça de Portugal e a Liga dos Campeões. Ir o mais longe possível é fundamental. O Benfica investiu para estas três competições e com a Taça da Liga quatro. O Benfica tem o objetivo de ganhar essas quatro competições e tem de jogar agora para ganhar ao Chaves. Porque uma vitória frente ao Chaves vai motivar a equipa para o próximo jogo da Liga dos Campeões, contra o Newcastle, que é muito importante", concluiu.

Leia Também: 'Taça de oportunidades'. Quem será opção no Benfica, Sporting e FC Porto?

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