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Kiwior desmente rumores: "O Arsenal não queria que eu saísse..."

O defesa-central do FC Porto Kiwior falou sobre a sua transferência do Arsenal para os dragões, revelando que as complicações no negócio foram por causa do clube inglês e não devido à sua vontade.

Kiwior desmente rumores: "O Arsenal não queria que eu saísse..."

© Getty Images

Davide Rodrigues Araújo
08/10/2025 13:21 ‧ há 8 horas por Davide Rodrigues Araújo

Desporto

FC Porto

Jakub Kiwior tem vindo a ser uma das principais figuras deste novo FC Porto, nomeadamente entre os novos reforços que foram contratados no mais recente mercado de transferências, sendo uma certeza a sua convocatória para a seleção polaca devido às suas exibições de alto nível, entrando em ação já esta quinta-feira, frente à Nova Zelândia, num jogo amigável.

 

Em declarações ao canal televisivo TVP Sport, o novo camisola quatro do emblema azul e branco revelou todos os pormenores sobre a sua transferência para os dragões e ainda deu um pouco de 'bastidores' da intervenção do treinador Francesco Farioli com o plantel a nível tático.

"Foi o Arsenal que não queria deixar-me sair e demorou bastante para concordar com a transferência. Era valorizado pelo jogador que era lá. Ninguém se queria livrar de mim. Também neste último mercado a conclusão do negócio esteve em aberto até ao fim", começou por revelar Jakub Kiwior.

"O treinador, Mikel Arteta, não queria deixar-me ir para Portugal. Por isso, nunca me senti indesejado no Arsenal, nem tinha motivos para sentir que era empurrado para fora do clube. A decisão de sair foi exclusivamente minha. Queria ser titular, mas com o Gabriel e o Saliba à minha frente, as hipóteses de isso acontecer eram pequenas", adiantou.

No entanto, esta hesitação de Arteta foi contornada com as palavras do próprios defesa polaco, que falou com o técnico dos gunners e explicou a situação em torno do negócio com o FC Porto.

"Fui eu que o convenci. Simplesmente fui falar com ele e expliquei-lhe como via toda a situação. Ele percebeu as minhas aspirações e o meu desejo de jogar, e acabou por me agradecer pela forma como me comportei, tanto como pessoa como jogador, durante todo o tempo que trabalhámos juntos", continuou.

"Aceitou os meus argumentos, falou com o diretor-desportivo e, a partir daí, as coisas aconteceram rapidamente. Valorizo o facto de nunca ter ficado desiludido comigo", garantiu.

Insistência do FC Porto ajudou à transferência

Perante muitas dúvidas por parte do Arsenal e de várias 'negas' dadas ao FC Porto, Kiwior admite que sem a persistência de André Villas-Boas e dos dirigentes do clube portista o negócio nunca teria sido possível.

"Foi o FC Porto, com a sua determinação. A certa altura, contactavam-me todos os dias. Lutaram com todas as suas forças, vi que se importavam. Não desistiram e não desanimaram, apesar das muitas rejeições do Arsenal. Perseguiram o seu objetivo e conseguiram-no", desvendou.

"Vi que não desistiam, por isso achei que valia a pena ir por esse caminho. Tive muitas propostas, mas a certa altura apostei no FC Porto. E quando vi que o Jan Bednarek se tinha juntado a eles, disse a mim mesmo: 'Se der certo, vai ser ótimo'. E está a ser", disse o jogador ex-Arsenal.

Jakub Kiwior não encontrou muitas dificuldades na chegada ao FC Porto, uma vez que, além de Bednarek, também tinha a influência de jogadores polacos no passado portista que facilitaram a receção por parte dos adeptos e das pessoas no clube.

"Vindo do Arsenal, não podia haver um grande efeito uau, mas recentemente toda a equipa visitou o museu do clube, tivemos um encontro com lendas do FC Porto, vimos filmes do passado... Cheguei a um clube realmente grande, com enormes tradições. Recomendo a todos, lá ainda hoje se lembram bem dos polacos - Józef Mlynarczyk, que em 1986 conquistou com eles a Taça dos Campeões Europeus, continua a ser uma lenda", recordou o defesa, que reforçou os 'antepassados' polacos na Invicta.

"Graças aos polacos que jogaram lá no passado, também é mais fácil para nós, e eles sabem que tipo de pessoas somos. Espero que continuemos assim e tenhamos sucesso. O objetivo é reconquistar o campeonato português, que o FC Porto ganhou pela última vez em 2022", atirou o novo central portista.

Conhecimento de Farioli ajuda os jogadores

A vertente tática é cada vez mais um dos principais focos dos treinadores, mas nem todos têm a capacidade de transmitir com segurança e provas de que esse modelo funciona, de forma a que os seus atletas confiem no que está a ser falado. No entanto, Farioli é diferente e acaba por mostrar em vídeo as possíveis soluções em cada uma das movimentações, segundo indica Kiwior.

"Tivemos uma reunião, ele mostrou-me como quer que joguemos na defesa. Quando as negociações estavam em curso, mas tudo indicava um desfecho positivo, assisti a alguns jogos do FC Porto para saber o que me esperava. Integrei-me rapidamente na equipa", assumiu.

"Às vezes, o treinador mostra um esquema no quadro e um jogador tem dificuldade em acreditar que será capaz de executá-lo em campo. Mas depois assiste ao vídeo e vê que é possível. O treinador dedica muito tempo à preparação tática, presta atenção ao mais ínfimo detalhe", revelou o jogador de 25 anos.

A adaptação a Portugal e as diferenças a Londres

A mudança nunca é uma fase fácil, principalmente para um jogador que tem de se adaptar o mais rapidamente possível para se integrar no plantel e à sua 'nova vida'. Ainda assim, Kiwior admite que a mudança não foi difícil e que já procurava um "clima mais agradável".

"Em Londres chove muito mais, em Portugal é mais quente. Queria mudar-me para um país com um clima mais agradável para a minha esposa e os meus filhos... é assim que chamo os meus dois cães de raça ‘poodle’. Podemos passar mais tempo ao ar livre e junto ao oceano. Por enquanto só molhei os pés, a água está fria, mas chegará o momento em que irei mergulhar", confessou o internacional polaco.

Sobre o tema de ter dado um passo atrás na sua carreira, o defesa-central não esconde que em termos de grandeza, o FC Porto não fica nada atrás do Arsenal.

"Não acho que tenha dado um passo atrás. O FC Porto tem muito em comum com o Arsenal - são grandes clubes, com grandes aspirações, adeptos fantásticos, estádios e com história. Não foi difícil dizer adeus a Londres, tendo em conta quais eram as perspetivas desportivas", concluiu.

Leia Também: Em bom polaco se entendem. Bednarek e Kiwior fecham 'buraco' no FC Porto

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