Frederico Varandas comentou, esta quarta-feira, os incidentes nas bancadas do Estádio de Alvalade, na sequência dos festejos dos adeptos do FC Porto no Clássico referente à quarta jornada da I Liga. Na zona afeta aos azuis e brancos, recorde-se, vários vidros foram partidos e caíram em cima dos apoiantes leoninos.
"Aquela infraestrutura está lá há mais de 20 anos. O que aconteceu é que há selvagens que não devem estar num recinto desportivo. Basta ver as imagens, pontapearam aquilo inúmeras vezes até partir. Agora é uma questão que cabe às entidades. O Sporting fez o que tinha a fazer", começou por dizer o presidente dos leões, assumindo a responsabilidade pelo comportamento dos próprios adeptos, que atiraram isqueiros aos jogadores do FC Porto no momento da celebração dos golos:
"Sporting condena as atitudes dos nossos adeptos. O Sporting é coerente. Há dois meses houve um ataque cobarde aos adeptos do FC Porto. Agora, houve 17 feridos por selvagens que não podem estar num recinto desportivo. Comparar isto com objetos que vejo em todos os jogos a serem atirados, por amor de Deus."
Caso Jota Silva
No último dia do mercado de transferências, o Sporting falhou a contratação de Jota Silva por motivos burocráticos. Frederico Varandas abordou a situação.
"Desde 2018, que nunca conseguimos ser o campeão do mercado, nem em número de investimento, nem em número de jogadores, nem em número de jatos particulares, de aeroportos, de contratações sonantes, não conseguimos, tenho de reconhecer isso. Temos sido mais fortes a conquistar campeonatos, é a nossa força. O Jota Silva foi um jogador identificado pelo nosso treinador, no intuito de trazer maior profundidade ao nosso plantel. Esse pedido foi validado pela estrutura do Sporting, que estava de acordo com o nosso treinador."
"Decidimos que era um dos alvos para profundidade de plantel. Isso obriga um esforço financeiro e nós tínhamos o intuito de empréstimo. Jota esteve inegociável durante, praticamente, todo o mercado. Depois foi pedido um valor de 15 milhões de euros, ao qual nós dissemos não, nem pensar. No penúltimo dia, o Nottingham recebeu uma proposta do Botafogo de 19 milhões de euros. Informámos o nosso treinador, que esteve sempre a par do processo que não há nada a fazer, acabou o Jota. Mas acontece que o jogador recusou essas propostas e já no penúltimo dia, o Nottingham aceitou uma proposta nos nossos moldes. 4,5 milhões de empréstimo, mais salário de 2,5 milhões dos salários, seriam 7 milhões o empréstimo. Aceitaram este acordo já as 23h45. E é tecnicamente impossível, preencher os impressos, toda a documentação, digitalizar, colocar na plataforma. As pessoas do departamento jurídico disseram que seria impossível e eu disse para tentarmos. Fez-se tudo em 16 minutos e foi tempo que nunca pensei. Receber as 23h45, tentámos e não conseguimos o Jota Silva"
"No ano passado, o Sporting era o plantel mais valioso do campeonato. Fechando agora o mercado, não é que o Sporting é novamente o plantel mais valioso, com mais de 80 milhões de diferença em relação ao 2.º classificado e 100 para o 3.º classificado. O Sporting não ficou em 3.º lugar, nem 2.º lugar, temos um balneário bicampeão nacional e se é para entrar um jogador ali, tem de ser melhor que o bicampeão Pote, Trincão, Inácio. O nosso capitão Morten Hjulmand recusou propostas para ganhar o triplo e vai ficar mais um ano. Mantivemos o grupo."
"O Sporting tem uma forma de trabalhar que não muda a estratégia por estar em ano de eleições. Já ficámos em 3.º lugar e nunca fizemos all in. Em 2020/21, com o Amorim, investimos 30 milhões de euros e fomos campeões nacionais. Este ano, fizemos pelo terceiro ano consecutivo o maior investimento da nossa história. Vendemos 100 milhões de euros e investimos 75 milhões de euros. Temos o plantel mais caro e bicampeão. Há uma falta de respeito pelo grupo. Ninguém entra ali facilmente. E se tiver de entrar por 30/40 milhões de euros que seja para o presente e para o futuro. Não aceitava 19 milhões pelo Jota Silva."
St. Juste, "lenda" Gyokeres e o não preparado Harder
Nesta segunda-feira, foi noticiado a despromoção de St. Juste à equipa B.
"Nós jogamos no sistema do treinador, que confiamos muito. Jogamos com dois defesas-centrais e segundo a hierarquia técnica do treinador, o St. Juste é a quinta opção e não faz sentido ter um jogador com esse salário na equipa A. Dissemos isso ao agente dele durante o mercado de transferência. O St. Juste tem contrato, tem todo o direito de recusar propostas. Não há nenhum problema pessoal com o St. Juste."
"Em relação ao avançado, o nosso grande alvo no ano passado foi o Fotis Ioannidis, não conseguimos. Perdemos o Viktor Gyokeres, uma lenda deste clube, que deixou memórias para sempre. Investimos 44 milhões em dois avançados. O 2.º avançado é hoje muito mais preparado do que o 2.º avançado do ano passado, que era o Harder, um jovem com imenso potencial, expetativas de ser titular, mas uma vez mais pronto..."
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