Cristóvão Carvalho concedeu uma entrevista à Antena 1, esta terça-feira, em que lamentou a posição de João Noronha Lopes quanto à utilização do voto eletrónico para as eleições presidenciais do Benfica, tendo ainda relembrado os números de abstenção e até aquele que era o "controlo" de Luís Filipe Vieira nos atos eleitorais do passado.
"João Noronha Lopes? É uma posição estaticista de um dos candidatos e isto não é democracia no Benfica. Para quem ouviu gritar tanto tempo democracia no Benfica, quando se chega a este ponto e se toma uma posição absolutamente radical à cabeça que nem se fala sobre essa matéria", começou por dizer, já depois de ter deixado uma publicação nas redes sociais a propósito do tema.
"Isto não é o Benfica, isto não é a democracia. Desculpa, isto não é a democracia. No estatuto não está proibição de voto eletrónico. No estatuto está que tem de haver unanimidade para haver voto eletrónico. Já é algo muito forte. Pelo menos temos de ouvir o que a mesa da Assembleia Geral tem para dizer, temos de ouvir o que a direção tem para dizer e analisar", vincou de seguida um dos cinco candidatos já conhecidos às eleições do próximo dia 25 de outubro.
"Obviamente que o voto eletrónico tem de trazer mais pessoas a votar. O Benfica tem 70% de abstenção. Então quem decide as eleições do Benfica são 50 mil sócios. Somos 400 mil sócios. Então isto não deve preocupar um candidato. Obviamente, se toma uma posição destas, é óbvio, provavelmente não quererá que fora de Lisboa e no resto do mundo, ou seja, existe uma votação e que a decisão se centre mais em quem está próximo de Lisboa. Ora, é a conclusão a que leva. E estamos ainda em tempo de alterar isso", sublinhou ainda.
Cristóvão Carvalho fez ainda questão de comparar o atual sistema eletrónico com o anterior, nos tempos de Luís Filipe Vieira, para além de ter deixado críticas às "posições autoritárias" e ainda às ausências na mais recente reunião, uma das quais de João Noronha Lopes.
"O anterior voto eletrónico, na altura do Presidente Luís Filipe Vieira, era controlado pelo Sport Lisboa e Benfica. Foi vergonhoso. Não pode haver uma eleição que seja controlada pelo Sport Lisboa e Benfica. Neste momento o voto eletrónico está pensado de outra forma, que é o voto moderno que está testado, está verificado, várias associações já o fazem e é perfeitamente seguro. Vamos analisá-lo. É só isso que eu peço", atirou o candidato.
"Que não se tenham tomado as posições autoritárias, porque acham que, tendo esse poder de voto, podem condicionar todas as pessoas. Não é assim que se trabalha, não é assim que existe democracia. Quem quer chegar aos Sport Lisboa e Benfica tem de marcar a presença em determinados dados e em determinados factos. E quando nos chamam para trabalhar, nós temos de dizer que estou presente", esclareceu Cristóvão Carvalho.
"O Presidente da Assembleia Geral chamou as candidaturas para trabalhar. Pelo menos no primeiro ato, o representante da candidatura tem de sentar e dizer que eu estou presente, estou a ouvir. Tem de dar o exemplo. E nesta perspectiva, acho que quem não esteve presente das candidaturas com o seu líder não deu o exemplo. Não foi só Noronha Lopes que não esteve presente, mais não estiveram presentes. E portanto, no primeiro ato de enquadramento, deviam estar presentes. Se estivessem presentes, podiam responder a primeira pessoa. E não estiveram", rematou.
De recordar que, além de Cristóvão Carvalho, também já o atual presidente, Rui Costa, e os opositores João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas e Martim Borges Coutinho Mayer tornaram pública a intenção de se envolverem no sufrágio que ditará o próximo presidente do clube da Luz. Já Luís Filipe Vieira poderá ser o próximo a anunciar a corrida por um cargo onde esteve durante 18 anos.
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