O volte-face nas negociações da transferência de João Félix tomou 'de assalto' o universo benfiquista, que já fazia contas com o internacional português no plantel de Bruno Lage. No entanto, os adeptos do Benfica terão de ver o atleta formado no Seixal a jogar ao serviço de Jorge Jesus no Al Nassr, que se chegou à frente com uma proposta irrecusável para o Chelsea e para o próprio jogador a nível financeiro, pelo que o eventual regresso terá de esperar, pelo menos, mais duas temporadas.
Em declarações exclusivas ao Desporto ao Minuto, Fábio Faria, ex-jogador que passou pela formação do FC Porto e esteve nos quadros do Benfica, onde jogou apenas uma partida, abordou o desfecho da 'novela' João Félix com o Benfica, depois de uma ida repentina para o clube onde militam Jorge Jesus, Cristiano Ronaldo e Otávio.
Negociações relâmpago tiraram 'sonho benfiquista'
Uma negociação em modo relâmpago por parte do Al Nassr mudou tudo para o panorama de um possível regresso de João Félix ao Estádio da Luz. Este era um sonho de muitos adeptos benfiquistas, que viam esta opção como uma oportunidade do português relançar a carreira, e Fábio Faria partilha dessa opinião.
"Não sei o que aconteceu. Também acreditava que o João [Félix] iria regressar ao Benfica, não só eu como os adeptos e toda a gente no Benfica, penso eu, pelo que tenho visto. Obviamente que foi um duro golpe para os próprios adeptos, mas a vida é assim. O João recebeu uma proposta com valores que não se conseguem pagar na Europa e decidiu ir para o Al Nassr", começou por dizer o ex-futebolista.
"Na minha opinião, continuo a achar que a melhor opção para o João seria voltar ao Benfica. É onde ele foi formado, um clube onde toda a gente gosta dele... Acho que ele estava a precisar de um clube deste género para relançar a carreira, mas são opções. O João acabou por decidir assinar com o Al Nassr, tomou essa decisão", continuou.
"Voltar ao Benfica fazia todo o sentido, até porque os últimos tempos não têm sido fáceis para o João, não se tem conseguido afirmar, as pessoas começam a duvidar do valor dele, e um regresso a casa, num clube onde é adorado por todos, acho que seria benéfico para o João, mas as escolhas dele foram outras e espero que corra tudo bem", acrescentou Fábio Faria.
Regresso no final do contrato milionário?
A imprensa internacional tem vindo a avançar a possibilidade de João Félix poder sair no final do contrato oferecido pelo Al Nassr, em 2027, sem qualquer custo para assinar com outro clube à sua escolha. Fala-se num acordo apalavrado entre ambas as partes que, após os dois anos ao serviço dos sauditas, permitiria a João Félix decidir o futuro e (quem sabe?) regressar às negociações com o Benfica.
"O João Félix tem 25 anos, daqui a dois, que é quando o contrato termina, terá 27 ou 28 anos, ainda é um jogador que estará no auge da sua idade e ainda poderia dar muito ao Benfica", analisou Fábio Faria, que não fecha a porta a um regresso do jogador no futuro.
"Se existisse um acordo que permitisse ao João sair a custo zero daqui a dois anos, seria uma opção para o Benfica, no futuro. Acho que poderia ser importante, mas também depende do João, do seu rendimento no Al Nassr. É um campeonato completamente diferente do que é jogar na Europa. Veremos como estará o João daqui a dois anos...", completou.
'Perda' de Félix e lesão de Bruma obrigam ida ao mercado
O Benfica confirmou, este domingo, o pior cenário possível, ao anunciar, em forma de comunicado partilhado através das plataformas oficiais, que Bruma foi diagnosticado com "uma rotura completa do tendão de Aquiles esquerdo".
O internacional português "será submetido a intervenção cirúrgica e iniciará o processo de recuperação", sobrando, para já, dúvidas quanto à possibilidade de ainda vir a alinhar, esta temporada, fruto da gravidade que um contratempo físico desta magnitude assume para atletas de alta competição.
Com este cenário e a não vinda de João Félix para o Estádio da Luz, o Benfica poderá mesmo vir a ter de investir fortemente no mercado de transferências para reforçar as opções no ataque e Fábio Faria é da opinião que essa ida 'às compras' é "obrigatória".
"Tenho a certeza [de que o Benfica terá de ir ao mercado]. Vi o jogo no sábado e o Benfica perde uma peça importante na forma de jogar, o João Félix iria trazer muita coisa ao Benfica, e, depois, o Bruma acaba por sofrer uma lesão que eu também já sofri há três anos. É uma lesão que não é fácil de ultrapassar, uma lesão que deixa mossa e, por isso, acho que o Benfica é obrigado a ir ao mercado", avaliou o antigo jogador dos encarnados.
"Sinto que há falta de algumas soluções na frente de ataque do Benfica. Já faltava com Bruma, mas, agora, sem Bruma e sem vir o João, acho que o Benfica é obrigado a ir buscar mais qualidade e também mais concorrência entre os jogadores na frente para trazer mais qualidade ao seu jogo", concluiu.
Anis Moussa e Ivanovic estão na calha
Depois da 'nega' recebida na investida por João Félix, os encarnados 'viram-se' agora para o Anis Hadj Moussa, do Feyenoord, sabendo de antemão que os neerlandeses pretendem encaixar qualquer coisa como 20 milhões de euros com o seu passe. Um valor inferior àquele que estas iriam pagar por João Félix, mas que, ainda assim, poderá ser reduzido, dadas as boas relações que reinam entre ambos os clubes.
Quem também pode estar perto de 'fazer as malas' rumo ao Benfica é Franjo Ivanovic, internacional croata de 21 anos de idade que terá como missão fazer concorrência direta a Vangelis Pavlidis pela titularidade da frente de ataque, na equipa orientada por Bruno Lage.
As negociações com o Union Saint-Gilloise estão bem encaminhadas, pelo que, pode ler-se, poderão chegar a bom porto, já esta semana. Neste momento, em cima da mesa, estará uma oferta próxima dos 20 milhões de euros, que poderá ascender aos 25 milhões de euros, mediante o rendimento desportivo do avançado.
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