Martim Mayer apresentou oficialmente, no decorrer da tarde desta quarta-feira, a sua candidatura à presidência do Benfica. O empresário de 51 anos, e neto do histórico Borges Coutinho, contou com a presença de António Simões como mandatário da candidatura à liderança dos encarnados.
Numa cerimónia, que contou com centenas de adeptos e apoiantes, que teve lugar no Capitólio, no Parque Mayer, o gestor apontou novos caminhos e falou dos insucessos das águias nos últimos anos.
"Sinto-me emocionado e que bonito é estar aqui hoje. Obrigado, grande António Simões, cumprimento toda a nação benfiquista. O Benfica é mesmo muito, muito grande. Quero liderar uma candidatura independente, livre do que gravita à volta do nosso clube. Nós temos o Benfica no sangue. Esta candidatura é livre de amarras, livre de jogos de bastidores que nos amarram. Saber honrar todos os que de forma séria nos transmitiram o que é o Benfica. Humildade, união e trabalho, é por isso que hoje me apresento aqui", começou por dizer Martim Mayer.
"Nos últimos 5 anos conquistou 3 títulos em 20 disputados. 85% de insucesso. Gastou 900 milhões de euros em jogadores e vendeu €1800 milhões, sendo que €800 milhões são da formação. Falta de estratégia e preocupante falta de vitórias. Vamos construir uma estrutura altamente profissional para que possam ser escrutinados", prosseguiu.
O empresário garantiu ainda um maior apoio aos adeptos e fez questão de sublinhar que a sua estratégia passa por recuperar antigos associados. Mayer abordou também a questão da centralização dos direitos desportivos.
"Queremos recuperar 150 mil sócios e formar novos sócios. O Benfica tem de olhar para os seus adeptos. Se cada benfiquista gastar por mês 4 euros, 48 euros por ano com o seu Benfica, o clube teria 500 milhões de euros por ano para investir. E temos de olhar para os PALOP. Vamos abrir escritórios do Benfica na Suíça, França, Estados Unidos e Canadá e assim internacionalizar o Benfica", afirmou, antes de garantir:
"O meu Benfica não irá abdicar de um cêntimo nesse processo. Um cêntimo. O Benfica não tem de o fazer. O Benfica tem de liderar este processo e liderar o futebol português. Tenho preparada a criação de um gabinete institucional do Benfica para liderar este processo".
A estratégia para a equipa de futebol para a próxima época também foi escalpelizada, com o gestor a garantir que, consigo na presidência, Bruno Lage não seria o treinador do Benfica.
"É o treinador do Benfica e temos de deixar chegar as eleições para saber se à data ainda será o treinador do Benfica. Vamos a eleições à nona jornada, reservo-me a respeitar que seja o treinador do Benfica e não me alongo mais sobre o tema. Comigo não começaria a época", defendeu o candidato o empresário, que desafiou Luís Filipe Vieira a não se apresentar para o sufrágio de 25 de outubro.
"Relativamente a Luís Filipe Vieira, acho que toda a gente compreende que os processos que envolvem o bom nome do Benfica vão ter, antes das eleições, pontos muito importantes na sua evolução. Quando isso acontecer, não sabemos as consequências. Se Luís Filipe Vieira decide neste momento avançar para eleições, ele na realidade pode nunca chegar ao dia das eleições com estatuto de poder concorrer. Acho que é irresponsável e aquilo que eu lhe faço é um apelo para proteger o bom nome do Benfica e esquecer essa ideia", finalizou.
Leia Também: Oficial: Benfica empresta avançado da equipa B para o Gil Vicente
Leia Também: Liga responde às críticas do Benfica: "Centralização é para avançar"