"A Liga regista as preocupações manifestadas sobre a centralização dos direitos audiovisuais, processo que representa uma transformação estrutural determinante para o futuro do futebol profissional em Portugal", pode ler-se em comunicado hoje divulgado.
Esta nota surge no dia em que o Benfica entregou um pedido de suspensão imediata do processo de centralização dos direitos audiovisuais, a partir da época 2028/29, seguindo a legislação promulgada em 19 de março de 2021, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
De resto, a direção daquele organismo presidido por Reinaldo Teixeira partilha "muitas dessas preocupações", lembrando que "avançou com passos firmes" na medida desde que tomou posse, há perto de três meses.
"Iniciando de imediato, e pela primeira vez, reuniões com operadores televisivos nacionais e internacionais, incluindo plataformas de streaming. Paralelamente, foram também promovidas reuniões com o Governo, a Autoridade da Concorrência e todas as forças de autoridade, com o objetivo de combater a pirataria e, ao mesmo tempo, sensibilizar os adeptos para que usufruam do espetáculo", pode ler-se no texto.
Tendo realizado reuniões também com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e delegações de países de língua portuguesa, bem como departamentos especializados de outras ligas europeias, a LPFP salienta o "envolvimento crescente das sociedades desportivas" com vista ao cumprimento do decreto-lei, que estabelece 30 de junho de 2026 como prazo máximo para concluir o processo.
"É com esse sentido de responsabilidade que a atual direção executiva da Liga reafirma: a centralização dos direitos audiovisuais é para avançar. É um compromisso assumido com as sociedades desportivas, com os adeptos e com a sustentabilidade do futebol nacional. E é com todos -- sem exceção -- que pretendemos concretizá-lo", remata o organismo.
O pedido de suspensão do processo de centralização e a suspensão na gerência da empresa Liga Centralização concretiza algumas das posições tomadas pelo emblema das 'águias' na sequência da arbitragem de Luís Godinho na final da Taça de Portugal, perdida frente ao Sporting, após prolongamento, por 3-1, em 25 de maio.
Além disso, o clube lisboeta solicita audiências urgentes com o Governo e grupos parlamentares da Assembleia da República, e pede à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), LPFP e à Procuradoria-Geral da República que seja investigado e definido o exercício de funções de ex-árbitros em estruturas dirigentes.
O modelo promulgado em março de 2021 resultou do memorando de entendimento assinado em 19 de janeiro do mesmo ano por FPF e LPFP, para a concretização da centralização dos direitos televisivos até 2027/28, dentro de duas temporadas.
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