"Ouvi a notícia há pouco na rádio e fiquei em choque. Foram meus jogadores no Paços e ainda nem sei bem o que dizer", começou por dizer José Pinto, em declarações à agência Lusa.
Diretor geral da formação do Paços de Ferreira há 15 anos, José Pinto faz uma pausa para arrumar ideias antes de lembrar "as pessoas muito tranquilas, mas com uma vontade de triunfar que se vê pouco por aí".
"Da qualidade do Diogo nem é preciso falar, o André também era talentoso, mas não tinha atingido a mesma dimensão. A personalidade deles é que me vem logo à ideia: pessoas tranquilas fora de campo, mas com uma dedicação à causa e uma capacidade de trabalho incríveis", sublinhou.
José Pinto fala mesmo em "pessoas extraordinárias, muito sérias e responsáveis", recordando o papel de Diogo Jota, ainda na formação, na integração dos mais novos.
"Eu conheço o Diogo Jota desde o tempo em que o fomos ver ao Gondomar, ainda nos juvenis, com 16 anos. Ele viveu nas nossas residências e ajudava na integração dos mais novos. Para além disso, nunca esqueceu as raízes, vibrando com os momentos do Paços, com quem sempre manteve ligação e uma grande proximidade", concluiu.
O futebolista português Diogo Jota, de 28 anos, e o irmão André Silva, de 26, morreram hoje de madrugada, num acidente de viação na A52, em Cernadilla, Zamora, em Espanha.
Diogo Jota era jogador do Liverpool, emblema que representava há cinco épocas e no qual venceu uma Liga inglesa, uma Taça de Inglaterra, duas Taças da Liga e uma Supertaça.
Depois da formação no Gondomar e no Paços de Ferreira, o avançado representou por uma época o FC Porto, por empréstimo do Atlético de Madrid, sendo depois cedido ao Wolverhampton, no qual esteve três temporadas.
Na seleção portuguesa, Diogo Jota, que casou recentemente com mãe dos seus três filhos, somou 49 internacionalizações, tendo conquistado duas Ligas das Nações.
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