Davide Ancelotti recordou, esta terça-feira, o momento da despedida do Real Madrid com o pai, para ambos rumarem à equipa técnica da seleção do Brasil já perto do fim da presente temporada, referindo que ambos choraram muito.
"Tendo em conta como as coisas aconteceram, penso que tivemos a melhor forma de terminar. Também por causa da homenagem no Bernabéu no final do jogo contra a Real Sociedad. É algo que deve ser valorizado, porque num clube como o Real Madrid despedirmo-nos daquela forma é muito difícil. Para mim será impossível esquecer, e acho que para o meu pai também", começou por dizer o filho de Carlo Ancelotti em entrevista à Marca.
"Somos duas pessoas que se emocionam muito facilmente. Diria que chorámos bastante. Diria que chorei mais do que ele. Somos pessoas que choram e não temos problemas em admiti-lo, porque, no fim de contas, somos assim. Toda a família é assim. A minha irmã, o meu pai, o pai do meu pai era pior...", continuou.
"Não diria que houve um momento particularmente romântico ou dramático entre nós os dois. Não posso falar por ele, mas temos a mesma ideia e o mesmo sentimento: foi uma etapa extraordinária que terminou da melhor maneira possível. Estamos conscientes do que é esta entidade e deixar o Real Madrid desta forma é muito difícil. Por isso, estamos gratos e felizes. E acho que ele gostou muito do seu último dia como treinador do Real Madrid. Acho que foi notório. Ter a oportunidade de falar com os adeptos, de tirar fotografias com a família no estádio, com todos os troféus... Foi um dia muito bonito, em família", confessou Davide Ancelotti.
"Precisamente devido à forte relação que tivemos, despedirmo-nos foi difícil, mas também, repito, uma despedida pela qual temos de estar gratos. Poderíamos ter partido de outra forma, como acontece muitas vezes nesta profissão, em que se parte rapidamente. Por isso, podermos despedir-nos desta forma é uma honra", referiu.
"De certeza que foram mais as vezes em que estivemos em desacordo, penso que é isso que se espera de mim como adjunto e também o que ele precisa (...) porque ele é um treinador muito experiente, com muitas certezas, e precisa de um ambiente desafiante", informou o adjunto da canarinha.
"Temos a sorte de poder continuar a trabalhar com Vinícius Júnior. É um jogador que progrediu muito. É preciso ver a sua evolução desde que chegou até hoje: é impressionante. Penso que é uma pessoa com um coração muito bom. É um rapaz muito bom, um trabalhador muito sério e não tem maldade. É um tipo que 'aquece' nos jogos porque se calhar precisa de fazê-lo, como muitos atletas do seu nível. Faz parte da picardia da competição. Não é o primeiro e não será o último. Tem consciência das suas fraquezas e precisa de um ambiente que o ajude. Seguramente não precisa de um ambiente que o culpe por tudo", acrescentou.
"E repito: os jogadores de alto nível, durante a competição, às vezes precisam de se enfrentar. Já aconteceu a todos os grandes. Alguns lidam com essas situações, como fez Maradona ou como faz Messi, por exemplo. E outros enfrentam, como Cristiano ou Michael Jordan", concluiu.
De recordar que desde que chegaram à seleção do Brasil, os Ancelotti conseguiram guiar a canarinha a um empate a zeros frente ao Equador e a uma vitória, por 1-0, frente ao Paraguai, em dois encontros a contar para a qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026, que será organizado pelos EUA, Canadá e México.
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